Pais processam filho de 30 anos que ainda vive no ‘ninho’. E ganham!

Um casal norte-americano, do estado de Nova Iorque, processou o seu filho de 30 anos por este não ter ainda saído ainda de casa da família com aquela idade. Um ato de desespero que tinha já incluído o envio de cinco cartas de despejo por parte dos progenitores, desde fevereiro.

Com o processo a correr no Supremo Tribunal no Condado de Onondaga, este deu razão aos pais, em sentença proferida a 7 de maio. Em causa – e segundo provas apresentadas pelos progenitores Christina e Mark Rotondo – estava o facto de o descendente, Michael Rotondo, não comparticipar nos custos da casa, nem ajudar em tarefas domésticas, tradicionalmente e sobretudo nas mãos das mulheres e mães.

Regresso a casa dos pais: o duro confronto

Segundo reporta a estação pública britânica BBC, “as medidas legais deveriam ter efeitos imediatos, levando o filho a sair da casa”, lia-se numa primeira ordem de despejo datada de 2 de fevereiro e apresentada em tribunal.

Michael até tinha saído de casa dos pais ainda jovem, mas aos 22 anos regressou após ter ficado desempregado. Durante estes oito anos tem vindo a desenvolver trabalhos como a administração de um site. Os pais reiteravam que era importante que o filho “voltasse a trabalhar”.

Diante das cartas de despejo, Michael alegava sempre não as ter recebido com aviso prévio suficiente, considerando que um período de seis meses seria um tempo mais razoável preparar a sua saída.

Portugal: filhos saem, em média, aos 29 anos

Os dados são de 2016, mas dão já um indicador do retrato que se vive. Portugal é um dos países da Europa onde a descendência sai mais tarde de casa dos pais, a par de Espanha. E a média em território nacional está nos 29 anos, uma idade muito próxima daquela que atirou o casal norte-americano para o desespero.

Segundo o estudo da Cetelem Consumo, que auscultou 10 673 europeus e foi publicado há dois anos, é o prolongamento dos estudos e a dificuldade em ingressar no mundo do trabalho que justificam e retardam a saída do ‘ninho‘.

As estatísticas apresentadas apontavam para o facto de 51% dos portugueses com idades compreendidas entre os 50 e os 65 anos declarar que ainda partilhava habitação com filhos maiores de idade. Só Espanha estaria atrás de Portugal, com o valor a ascender aos 57% e a incluir, para lá dos filhos, a convivência com netos ou bisnetos.

Do outro lado da tabela estavam a Dinamarca (os filhos saem em média aos 21 anos), o Reino Unido e a Alemanha. A média europeia estava nos 26 anos.

Imagem de destaque: Shutterstock

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