Palestinianas manifestam-se contra mudança de embaixada americana para Jerusalém

mulheres palestinianas
REUTERS/Mohammed Salem

A intenção dos Estados Unidos da América de passarem a sua embaixada em Israel de Televive para Jerusalém e, desta forma, reconhecerem esta cidade como capital israelita, está a causar apreensão em todo o mundo e a gerar fortes protestos por parte dos palestinianos que, tal como Israel, reivindicam a cidade como a capital do seu Estado.

As mulheres palestinianas encabeçaram as manifestações que mostraram nas ruas de Gaza, esta quarta-feira, 6 de dezembro, o descontentamento com uma decisão que a comunidade internacional – da ONU à Liga Árabe, passando pelo Papa Francisco – vê como um ato que pode aumentar ainda mais a tensão no conflito israelo-árabe.

Historicamente, a cidade é alvo de disputa pelos dois lados conflito e um dos principais pontos de discórdia entre as partes. Israel considera a “Cidade Santa” a sua capital “eterna e reunificada”, mas os palestinianos defendem que Jerusalém-leste deve ser a capital do Estado palestiniano ao qual aspiram.

Por essa razão, a comunidade internacional nunca reconheceu Jerusalém como capital de Israel, nem a anexação da parte oriental levada a cabo pelos israelitas, em 1967.

Os países com representação diplomática em Israel têm optado por ter as embaixadas em Telavive, em conformidade com o princípio, consagrado em resoluções das Nações Unidas, de que o estatuto de Jerusalém deve ser definido em negociações entre israelitas e palestinianos.

Mas responsáveis da administração norte-americana, citados por várias agências noticiosas internacionais, disseram que o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump vai reconhecer, esta quarta-feira, Jerusalém como capital de Israel e transferir a embaixada que mantém atualmente em Telavive.

Uma lei norte-americana de 1995 solicitava a Washington a mudança da embaixada para Jerusalém, mas essa medida nunca foi aplicada, porque os Presidentes Bill Clinton, George W. Bush e Barack Obama adiaram sua implementação, a cada seis meses, com base em “interesses nacionais”.

Certo é que ao mudarem a sua sede diplomática americana para Jerusalém, os Estados Unidos da América passarão uma mensagem de apoio inequívoca aos interesses israelitas na região contra os dos palestinianos, pondo em risco, como consideram os observadores internacionais, os esforços de paz para resolução do conflito.

 

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AT com Lusa