Passadeira vermelha dos Globos dita a primeira tendência do ano

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Zoey Deuch, Laura dern, Olivia Colman e Dakota Fanning na noite da 77ª gala dos Globos de Ouro [Fotografia: EPA]

Verdadeiras passereles, as passadeiras vermelhas ditam sempre as grandes tendências do ano. Pioneira a definir as regras do ano, por ser a primeira a ter lugar, a red carpet dos Globos de Ouro, que foi estendida na noite de domingo, 5 de janeiro, em Hollywood, não foi diferente.

Foi, assim, confirmada a primeira tendência da moda de 2020: mangas de balão como nunca a vimos, de tão volumosas. Mais curtas ou mais longas, não faltaram recriações desse detalhe principesco, em tecidos de cores mais fortes, como Olivia Colman, Zoey Deutch, Beyoncé, Dakota Fanning ou Jodie Comer, ou ou mais floridos, como o de Laura Dern.

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sleeves so big… they’re full of secrets.

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Zoey Deutch um vestido Fendy [Fotografia: Instagram]

Os longos vestidos – que nunca abandonaram verdadeiramente estes eventos – seguram a sua posição de destaque, mas não compareceram tão vertiginosos como tem sido comum neste tipo de cerimónias. Há, porém, que ressalvar exceções mais ousadas nos decotes, escolhas feitas por Charlize Theron, Gwyneth Paltrow, Salma Hayek e Scarlett Johansson.

Já sobre os prémios da gala, entregues pela Associação de Imprensa Estrangeira em Hollywood, Los Angeles, recorde-se que o filme de Martin Scorcese, o Irlandês, liderava com seis nomeações, mas foi Sam Mendes, com o drama sobre a primeira guerra mundial, 1917, que arrecadou a surpresa da noite.

 

 

Era uma vez… em Hollywood, realizado por Quentin Tarantino, também teve palco destacado com, entre outros galardões, ver o ator Brad Pitt a conquistar um Globo.

Na televisão, HBO ganhou a noite de prémios. Apesar de as produções da Netflix terem mais de três dezenas de nomeações, os grandes destaques da noite foram para Olivia Colman, na série The Crown e Laura Dern The Marriage Story. Succession e Chernobyl, da HBO, e Fleabag, da Amazon brilharam na gala de entrega de prémios.

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Olivia Colman – Best Performance by an Actress in a Television Series – Drama – The Crown (@thecrownnetflix). Photo by Alexi Lubomirski (@alexilubomirski). #GoldenGlobes

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Laura Dern (@lauradern) – Best Performance by an Actress in a Supporting Role in Any Motion Picture – Marriage Story (@marriagestory). Photo by Alexi Lubomirski (@alexilubomirski). #GoldenGlobes

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Mas um dos mais destacados vencedores da noite foi mesmo o ativismo nos discursos de consagração. Tempo de antena usado para causas tão diversas como as alterações climáticas, aborto, direitos LGBT e política nacional e internacional.

O ator Joaquin Phoenix,, que venceu a estatueta de Melhor Ator pelo desempenho em Joker, filme de Todd Phillips, convocou todas as pessoas à ação na crise climática. “É simpático as pessoas enviarem os seus sentimentos à Austrália, mas temos de fazer melhor que isso”, afirmou o ator, conhecido pelo ativismo vegan, depois de vários premiados terem referido os fogos catastróficos que consomem aquele país.

A crise na Austrália foi referenciada por várias celebridades e motivou a ausência de Russell Crowe, que venceu o Globo de Ouro para Melhor Ator em Série Limitada ou Filme para Televisão por The Loudest Voice (Showtime). O ator escreveu um discurso de vitória, lido em palco por Jennifer Aniston, no qual disse que os fogos são resultado das alterações climáticas e é necessário “agir com base na ciência” e mudar para energias renováveis.

Patricia Arquette, conhecida pelos discursos de vitória apaixonados e que em 2017 pôs em marcha um projeto pela igualdade salarial entre homens e mulheres (após vários apelos em galas desta natureza), criticou a atual situação do Irão assim que pisou o palco, de óculos escuros, para receber o Globo de Melhor Atriz Secundária em Série ou Filme para Televisão por The Act.

“Não vamos olhar para trás para esta noite… nos livros de história vamos ver um país à beira da guerra”, disse, mencionando que o presidente dos Estados Unidos usou o Twitter para ameaçar o bombardeamento de 52 alvos iranianos. “Jovens a arriscar as suas vidas em viagem pelo mundo, pessoas sem saberem se vão cair bombas na sua cabeça. E o continente da Austrália em chamas”, acrescentou.

A atriz terminou o discurso apelando ao voto, o mesmo que Michelle Williams tinha feito um pouco antes. Ao vencer o Globo de Ouro de Melhor Atriz em Série Limitada ou Filme para Televisão, por Fosse/Verdon (FX), Williams alongou-se num discurso em defesa do direito das mulheres à interrupção voluntária da gravidez e a outras escolhas de autodeterminação. “Como mulheres e raparigas, há coisas que podem acontecer aos nossos corpos que não são nossa escolha”, disse Michelle Williams, que está grávida, afirmando que não teria chegado àquele patamar se não tivesse podido escolher “quando ter filhos e com quem”.