Patrícia Mamona conquista prata em Tóquio. “Espero abrir portas ao desporto feminino”

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[Fotografia: Andrej ISAKOVIC / AFP]

A portuguesa Patrícia Mamona disse este domingo., 1 de agosto, que espera “abrir portas ao desporto feminino” e inspirar muitas jovens atletas, depois de conquistar a prata no triplo salto dos Jogos Olímpicos Tóquio2020.

A atleta do Sporting conquistou este domingo a medalha de prata no triplo salto em Tóquio, ao conseguir 15,01 metros, novo recorde nacional, arrebatando a segunda medalha por atletas portugueses depois do bronze do judoca Jorge Fonseca (-100 kg).

Patrícia Mamona, de 32 anos, só foi batida pela venezuelana Yulimar Rojas, bicampeã do mundo, com 15,67 metros, novo recorde do mundo. No terceiro lugar ficou a espanhola Ana Peleteiro, com 14,87.

“Sou feliz e espero abrir portas ao desporto feminino. Se conseguirmos dar continuação ao trabalho…”, explicou a atleta, na zona mista do Estádio Olímpico.

Falando sobre o seu percurso, feito “com trabalho e muita disciplina”, lembrou a experiência em Londres 2012, quando cumpriu o “sonho de ir aos Jogos”, mas rapidamente percebeu que esse era realmente “ir a um pouco mais do que a final”.

“Fui fazendo o meu caminho, devagar, a trabalhar, porque sou feliz com isto. Quero acabar a minha carreira e dizer que dei tudo o que tinha para dar. Não há melhor coisa do que trabalhar no que se gosta. O meu segredo é a disciplina, o trabalho, ter pessoas que acreditam em mim e fazem tudo para eu pensar em melhorar. O objetivo é sempre melhorar“, destacou.

A medalhada lembrou como ficou “super contente” quando bateu o recorde nacional no Mónaco, em 9 de julho, para os 14,66 metros, um centímetro “que demorou cinco anos a alcançar”.

“As pessoas nem sempre conseguem ver o processo. No fim, toda a gente quer medalhas, êxitos, mas temos de focar no que podemos fazer, é trabalhar, e tenho a sorte de ter um treinador que me treina desde pequenina, que viu um talento especial e que nunca diria que estaria aqui, nós os dois, a representar este país que é pequeno mas que é grande, na maior competição”, acrescentou.

“Há muitas atletas que podem ter este potencial. Portugal tem de dizer a todas que há sempre qualquer coisa que lhes pode dar valor. Eu escolhi o desporto para me dar um objetivo e um sentido de vida. Às vezes, vêm-nos pequeninos na televisão e sonham. É capaz, pode demorar, mas pode acontecer”, afirmou.

Esta “inspiração”, espera, pode alavancar o desporto em Portugal, que “tem muito potencial” e só beneficiaria que conseguisse “trazer mais raparigas” para a prática.