Pauzinhos com choque elétrico podem ajudar a reduzir consumo de sal

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[Fotografia: Polina Tanlilevictch/Pexels]

Comuns para refeições de sushi e na cozinha chinesa, o uso de pauzinhos para comer é um desafio para muitos, mas não impossível de aprender. Segundo uma pesquisa levada a cabo no Japão, eles podem ser muito mais do que desafiantes utensílios de refeições, podem ajudar a mudar para melhores comportamentos alimentares.

Cientistas japoneses concluíram que a estimulação elétrica da língua usando soluções como, por exemplo, um palito podem ajudar a fomentar a perceção da quantidade de sal na comida e em alimentos com baixo teor de sódio.

O estudo contou com a participação de 36 indivíduos, dos quais 1/3 mulheres e com idades entre os 43 e os 65 anos, acompanhados num processo de redução de sal num intervalo de tempo entre os dois meses os 25 anos.

Nele ficou evidente, segundo os investigadores, que a terapia do eletrochoque ligeiro sentido na língua e por via dos pauzinhos pode levar até uma redução de 30% no consumo de sal. Mais: Oito em cada dez participantes disseram que estariam dispostos a tolerar a estimulação elétrica diariamente uma vez que notaram que a eletricidade podia dar a alguns alimentos uma sensação mais apurada na boca.

Em investigações anteriores tinha já ficado claro que expor a língua a uma corrente elétrica fraca pode afetar os íons carregados que compõem o cloreto de sódio para inibir ou aumentar a salinidade, bem como outros sabores. Este último estudo, no entanto, vai mais além por procurar estabelecer uma relação entre a estimulação elétrica do paladar e a dieta mais saudável a adaptar. “Muitas pessoas consomem cerca de duas vezes mais a ingestão de sal recomendado pela OMS”, refere, em comunicado, o principal autor Yoshinobu Kaji, estudante de mestrado na Escola de Pós-Graduação em Ciências Matemáticas Avançadas da Universidade Meiji.

A investigação, publicada no estudo na revista Frontiers in Virtual Reality (e que pode ser lida no original aqui),

O sal: uma luta que tem vindo a ser travada em Portugal

Entre 2018 e 2021, os produtos alimentares abrangidos pelo Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável, da Direção-Geral da Saúde (DGS), e pela Estratégia Integrada para a Promoção da Alimentação Saudável – batatas fritas e outros snacks, cereais de pequeno-almoço, pizzas, iogurtes e leites fermentados, leite achocolatado, refrigerantes e néctares – registaram, naqueles anos, uma redução de 11,5% e 11,1% de teor de sal e açúcar, respetivamente.

Essa redução foi, no total, de menos 25,6 toneladas de sal e menos 6.256,1 toneladas de açúcar, segundo uma nota de imprensa da Direção-Geral da Saúde de 2022 sobre os resultados.

“O teor médio de sal dos produtos abrangidos passou de 1,14g por 100g em 2018 para 1,01 g por 100g em 2020” e “o teor médio de açúcar passou de 7,46 g por 100g para 6,36g por 100g”, detalha-se na mesma nota. “Cerca de 50% das categorias de produtos alimentares em análise atingiram ou ultrapassaram” as metas definidas, indica-se.