O Pokémon Go é, para uns, uma forma de tirar os jovens dos sofás e de combater os elevados níveis de obesidade. Para outros é visto como um verdadeiro perigo. É que a geolocalização do jogo facilita a vida aos pedófilos e a outros criminosos. Jogando, conseguem saber onde estão os Pokémons e, portanto, saber os locais mais frequentados, agora, por crianças e jovens. Facilmente ficam a saber também se os menores estão vigiados, em grupo ou sozinhos.
No Reino Unido, a Sociedade Nacional para a Prevenção da Crueldade sobre a Crianças (NSPCC) lançou o alerta e, pela voz do seu CEO, Peter Wanless, pediu à Nintendo e à Niantic, as duas empresas que desenvolvem o jogo, para repensarem todo o conceito de segurança e adiarem o lançamento, mas de nada adiantou. O fenómeno chegou ao país na semana passada e está disponível para iOS e Android.
“Nos dias em que o produto foi lançado noutros países houve inúmeros relatos de crianças que foram colocadas em situações perigosas por causa do recurso de geolocalização. Usando este recurso, os criminosos são capazes de antecipar o local onde a criança se encontra e o nível de isolamento”, explicou Peter Wanless.
Há duas semanas, o Pokémon Go foi lançado na Austrália, Nova Zelândia e Estados Unidos. À União Europeia chegou através da Alemanha e em Portugal ficou disponível na semana passada, onde também já é um verdadeiro fenómeno. A preparar os portugueses para eventuais incidentes, a Polícia de Segurança Pública deixou alguns conselhos na página de Facebook da instituição, para pais e jogadores. Veja-os na galeria de imagens acima.
Leia também o artigo: Obesidade atinge 41 milhões de crianças no mundo
Os perigos que a NSPCC previu vieram a confirmar-se em alguns países. Entre acidentes rodoviários e quedas de penhascos, no Missouri, EUA, dois assaltantes armados que também jogavam Pokémon Go utilizaram o jogo para atrair 11 adolescentes, através do isco que se pode colocar para os webanimais num local isolado. Os miúdos acabaram por ser assaltados.
“Seria melhor se tivessem investido tempo a refletir sobre isto e colocassem os jovens utilizadores em primeiro lugar. É muito dececionante que a segurança das crianças não lhes toque no coração”, afirmou ao Mashable um porta-voz da NSPCC.