Pedro Fernandes: “Sinto que estou a ir no caminho certo”

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Pedro Fernandes é o rosto do novo concurso da estação pública, ‘Brainstorm’, que se estreia esta quinta-feira na RTP1 pelas 21.30. Ao Delas.pt, o humorista e radialista conta as novidades do formato, mostra-se feliz com a evolução da sua carreira televisiva e revela o que mudou em si, como pessoa, apresentador, pai e marido, nos últimos 10 anos.

 

No que é que este novo concurso de cultural geral se destaca de outros que já vimos na estação pública?
Este coloca em confronto dois concorrentes, o que já não acontecia há muito na televisão portuguesa. É um duelo de cultura geral, mas também de estratégia. Para além de terem que saber as respostas certas às perguntas, vão ter que jogar com o dinheiro que vão amealhando no concurso. E é um concurso que não é só jogado com imagens. É um upgrade ao ‘The Big Picture’. É muito variado em termos de formato de pergunta e também de temas.

Outro elemento que é recuperado é a oportunidade de um concorrente se manter em várias emissões do programa, enquanto estiver a jogar.
É uma tentativa de fazer ressurgir os chamados “papa-concursos”. Aquelas pessoas que são anónimas mas que, por estarem tantos dias seguidos em horário nobre, acabam por se tornar famosos. Já tivemos um concorrente que ficou seis programas e outro 11. Acho que este é o nosso recorde até agora.

À semelhança do ‘The Big Picture’, o ‘Brainstorm’ também poderá jogar através de uma app. Já não se pode pensar em televisão de outra forma que não esta?
Já se deu esse passo em frente e voltar atrás acabaria por ser uma desilusão para o espectador, que já se sente parte do concurso e do que se passa na televisão. No ‘Brainstorm’, existem seis perguntas para o jogo de casa e o público terá que acertar em todas para se habilitar ao prémio diário de 250 euros. Mas sim, isto é todo um mundo novo. É um aliciante que o espectador, ou o nosso público-alvo, que joga aplicações em simultâneo, já não dispensa.

Há um ano que o Pedro chegou aos concursos de horário nobre na RTP. Conseguiu alargar o público que o segue e que gosta de si desde então?
Sim. Tenho essa noção, mesmo pelo reconhecimento que tenho na rua, quando falam comigo. É outro horário, é outro tipo de programa, para toda a família. O ‘5 Para a Meia-Noite’ era um programa mais de nicho, estamos a falar de uma diferença de 500 mil espectadores de um formato para outro. Chego a mais pessoas e isso dá-me uma maior responsabilidade porque sei que estou a falar para outro tipo de público, mas é algo com a qual já aprendi a lidar.

No vídeo promocional de ‘Brainstorm’ falava-se num “concurso de perder a cabeça”. E ao Pedro, na sua vida, o que é que o faz perder a cabeça?
O Sporting às vezes faz-me perder a cabeça! [risos] Mas o futebol é isso mesmo, faz o nosso lado mais irracional vir ao de cima. E por vezes também o trânsito, há pessoas que se exaltam com muito pouco. Mas poucos me fazem perder a cabeça, sou uma pessoa ponderada e calma. E reajo com um sorriso a quase tudo.

A RTP tem um largo historial de concursos exibidos em horário nobre. Existe algum que o tenha marcado especialmente na infância ou adolescência?
O ‘1,2, 3’ é daqueles concursos que reunia toda a família. Mesmo nessa altura não havendo nenhuma aplicação, jogávamos todos em casa ao ‘1, 2, 3’, tentando adivinhar o que estava por detrás de qualquer objeto e montra. É o concurso que me lembro mais. Mas também me recordo do ‘Palavra Puxa Palavra’, que também gostávamos muito de ver, com o António Sala. A RTP tem, realmente, um grande historial de concursos. Nunca pensei que um dia fosse apresentar um.

Quão diferente é o Pedro Fernandes que há mais de 10 anos começava a aparecer no programa de humor ‘Revolta dos Pastéis de Nata’ [RTP2], em comparação com o atual?
É um Pedro mais maduro. Muita coisa passou, muitos anos passaram, muitos formatos que já tive a oportunidade de experimentar. Tudo isso vai ajudando a que se cresça enquanto pessoa e profissional. Mesmo o facto de ter casado e ser pai de dois filhos maravilhosos, e a responsabilidade que isso também acarreta para mim, acaba por me obrigar a ter os pés mais bem assentes na terra. Vou aceitando e recusando os desafios que acho que devo aceitar e recusar. Até agora ainda não me arrependi de nenhuma decisão que tomei. Sinto-me satisfeito, a ir pelo caminho certo, sabendo que ainda há muito caminho para percorrer. E acho que 2017 vai ser um ano de grande trabalho e conquistas.

O que tem achado do renovado ‘5 Para a Meia-Noite’, do qual fez parte desde o arranque?
O ‘5’ sempre se reinventou. De série para série sempre tentámos fazer isso, até mesmo de semana para semana, ou de dia para dia. Há quem diga que o ‘5’ já acabou, e é verdade que é um programa diferente. Os talk shows foram inventados há muitos anos. Não há muito que se possa fazer de novo, a não ser a abordagem. Mas está muito bem entregue à Filomena [Cautela]. Ela tem o ADN do projeto, foi dos cinco apresentadores originais.