Peles de animais proibidas em São Francisco a partir de 2019

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[Fotografia: Shutterstock]

Mais do que uma tomada de posição de um designer ou de uma marca, desta vez é uma cidade inteira dos Estados Unidos da América que decide interditar e punir o comércio de peles de animais no mundo da Moda. Falamos de São Francisco e o objetivo do Conselho de Supervisão da cidade, que votou a medida por unanimidade, na quarta-feira, 21 de março, é simples: proteger os animais. A Humane Society International (HSI) veio a público felicitar a decisão, que considerou “histórica”.

A partir de agora, de porta-chaves a luvas, passando a malas e casacos, toda e qualquer peça em pele terá venda interdita em lojas de maior ou menor dimensão. Uma medida que vai começar a ser aplicada a partir de 1 de janeiro de 2019, sendo dado um horizonte temporal de um ano para que os comerciantes escoem os stocks existentes, mas apenas os que tenham sido adquiridos até 20 de março deste ano, dia da votação daquele diploma.

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A restrição vai aplicar-se a vendas, distribuição e manufatura de novos acessórios e peças, fazendo cumprir a regra de que, em 2019, nenhuma loja desta cidade disponha de uma única peça em pele para comercialização. A medida proibitiva abrange todas as compras online e cujas entregas tenham de ser feita em endereços de São Francisco.

A única exceção à regra está apenas prevista para vendas em segunda mão, mas também estas conhecem restrições: podem comercializar artigos antigos e usados em pele, mas não podem ser de espécies em vias de extinção.

Segundo dados da Câmara de Comércio daquela cidade norte-americana, citados pelo diário espanhol El País, estima-se que, por ano, a venda de peles represente 40 milhões de dólares (pouco mais de 32 milhões de euros).

Em declarações públicas, Katy Tang, membro do Conselho de Supervisão de São Francisco, estimou que, a cada ano, cerca de 50 milhões de animais “sejam massacrados de forma assustadora para que possamos exibir peças em pele e parecer elegantes”. Por isso e com esta medida, Tang, citada pelo jornal San Francisco Chronicle, espera deixar uma “forte mensagem ao resto do mundo” pela proteção dos animais.

Decisão histórica, mas não pioneira

Apesar de São Francisco ter tomado esta posição, certo é que não é a primeira cidade norte-americana, nem a pioneira no mundo a fazê-la. Antes, tinha sido West Hollywood e Berkeley, ambas na Califórnia, e São Paulo, no Brasil, a tomarem medida semelhante.

Estes concelhos americanos juntam-se às vozes de designers que, há mais ou menos tempo, tinham já vindo declarar o fim do uso de peles nas suas coleções. Se, há duas semanas, tinha sido a Versace a fazê-lo, antes havia nomes e marcas sonantes do mundo da moda como Gucci, Hugo Boss, Armani, Furla, Calvin Klein, Ralph Lauren, Michael Kors e Jimmy Choo.

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