O principal arguido e ex-marido de Gisèle Pelicot, Dominique Pelicot, de 72 anos, foi condenado esta qiunta-feira, 19 de dezembro, a 20 anos de prisão pelo Tribunal de Avignon, no sul de França, por violação agravada.
Dominique Pelicot, que admitiu ter violado e drogado com ansiolíticos a vítima durante anos para ser violada por dezenas de desconhecidos recrutados na Internet, foi condenado com a pena máxima em França, a primeira sentença do caso proferida contra 51 arguidos, com idades compreendidas entre os 27 e os 74 anos, acusados de agressão sexual e violação.
No início da semana, Dominique Pelicot, o principal acusado pelas violações, pediu à sua família que “aceite as suas desculpas” e elogiou a coragem da sua ex-mulher, Gisèle, durante todo o processo de múltiplas violações cometidas por si e por dezenas de outros homens que recrutou na Internet.
“Peço-lhe [a Gisèle], e ao resto da minha família, que aceitem as minhas desculpas”, afirmou Dominique Pelicot, de 72 anos, reconhecendo a sua culpa e a dos outros 50 arguidos durante a sua última comparência no tribunal que o julga desde 02 de setembro, em Avignon.
Entre 2011 e 2020, o principal acusado agrediu sexualmente Gisèle e recrutou dezenas de homens desconhecidos na Internet para a violarem, colocando-a repetidamente em estado de inconsciência com doses elevadas de ansiolíticos.
“Todos os que estão aqui, apesar da presunção de inocência, são culpados como eu”, disse Dominique, sentado no camarote envidraçado, onde comparece juntamente com os outros 17 arguidos detidos, reafirmando que disse “toda a verdade” desde o início.
O septuagenário, descrito por advogados da defesa como “o ogre de Mazan” que alegadamente enganou os seus clientes com um cenário de um casal promíscuo em que a mulher fingia estar a dormir, pediu também desculpa à companheira de Jean-Pierre Maréchal, o único arguido que agrediu a sua mulher e deixou que fosse violada por Dominique.