Fazer o Caminho de Santiago sozinha é sinónimo de superação, mas também, para algumas mulheres significa receio. Nove mulheres reportaram ao jornal britânico The Guardian terem sido assediadas em zonas remotas do percurso e em regiões como Portugal, Espanha e França com contactos indesejados com exibicionistas, homens que se masturbavam ou tocavam em partes íntimas à passagem dessas mulheres.
Episódios que agora chegam ao conhecimento público e que têm tido lugar, segundo as testemunhas citadas nos últimos cinco anos. “O assédio sexual é endémico no Caminho”, afirmou a fundadora de um fórum online que conecta mulheres peregrinas desde 2015. Lorena Gaibor afirmou ao The Guardian que este tipo de assédios “parecem muito comuns” uma vez que a plataforma recebe “todos os anos depoimentos de mulheres que vivenciam as mesmas coisas”, acrescentou.
Apesar de as notícias terem vindo a dra conta de cada vez mais casos, alguns deles trágicos, este tipo de situações continua e sem que as queixas formais acompanhem o real volume de denúncias.
Das nove mulheres escutadas pelo jornal britânico, apenas seis foram à polícia e, destas, apenas numa queixa foi encontrado e processado o agressor.
