Pessoas com ansiedade e depressão envelhecem mais rápido. Saiba porquê

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[Fotografia: Pexels/Van Thang]

Uma das conclusões apresentadas pelo estudo é que pessoas com distúrbios mentais têm uma expectativa de vida menor, além de uma tendência a desenvolver diabetes e problemas cardíacos.

Segundo um estudo efetuado anteriormente, nomeadamente em 2019, o efeito é mais notável no público masculino, sendo que a sua expectativa de vida é dez anos mais curta em comparação com o resto da população.

“Isso pode não explicar toda a diferença de saúde e expectativa de vida entre pessoas com problemas de saúde mental e a população em geral, mas significa que o envelhecimento biológico acelerado pode ser um fator importante”, explicou o pesquisador associado do Centro de Psiquiatria Social, Genética e de Desenvolvimento do King’s College de Londres e principal autor do estudo, Julian Mutz.

A pesquisa contou com dados de 110.780 pacientes e com a análise de 168 metabólitos sanguíneos diferentes, que atuam como marcadores de idade. Dessa forma, foi possível perceber que pessoas com histórico de doença mental tinham perfis de metabolitos biológicos que indicavam serem mais velhas do que realmente eram.

“Agora, é possível prever a idade das pessoas a partir dos metabólitos do sangue. Descobrimos que, em média, aqueles que tiveram um histórico de doença mental ao longo da vida tinham um perfil de metabólito que indicava que eram mais velhos do que a idade real”, afirmou Julian Mutz em comunicado à imprensa.

Os cientistas envolvidos na investigação descobriram ainda que, em média, pessoas com transtorno bipolar, por exemplo, tinham marcadores sanguíneos que sugiram serem cerca de dois anos mais velhas do que sua a idade cronológica.

“Se pudermos usar esses marcadores para rastrear o envelhecimento biológico, isso pode mudar a forma como monitoramos a saúde física de pessoas com doenças mentais e como avaliamos a eficácia das intervenções destinadas a melhorar a saúde física”, rematou o pesquisador.

Por sua vez, Sara Poletti, pesquisadora do Istituto Scientifico Universitario Ospedale San Raffaele em Milão, que não fez parte do estudo, considera que “entender os mecanismos subjacentes ao envelhecimento biológico acelerado pode ser crucial para o desenvolvimento de prevenção e tratamentos personalizados para lidar com a crescente dificuldade de um gerenciamento integrado desses distúrbios.”