O concurso Miss América 2019, que se realizou este domingo, na cidade de Atlantic City, e que corou Nia Imani Franklin, cumpriu o prometido. Pela primeira vez, as candidatas não desfilaram em biquíni. Em vez disso, o concurso de beleza pautou-se pelos vestidos, pelas provas de talento e por declarações políticas, com destaque para a da concorrente do Michigan, Emily Sioma.
A jovem candidata, licenciada em Estudos Femininos, usou o tempo que lhe cabia para enaltecer as suas qualidades para chamar a atenção para um problema de saúde pública que tem afetado a sua região.
“Do estado que tem 84% da água potável dos Estados Unidos mas nenhuma para os seus residentes beberem, sou a Miss Michigan Emily Sioma”, disse, referindo-se ao problema de água contaminada que afeta a cidade de Flint, naquele estado, desde, pelo menos 2014. Estima-se que tenham estado expostas à água sem qualidade mais de 100 mil habitantes e que 12 mortes estejam relacionadas com o seu consumo. Os residentes são aconselhados a não usarem a água dos canos enquanto as condutas de abastecimento não forem substituídas, o que deverá acontecer até 2020.
A afirmação da candidata do Michigan a Miss América tornou-se viral nas redes sociais, recebendo elogios daqueles que acompanhavam a cerimónia. Mas esta não foi a única declaração política desta nova versão do concurso Miss América, agora chamado de Miss América 2.0.
No início da semana passada, numa fase preliminar da competição, a candidata do estado da Virgínia Ocidental, Madeline Collins afirmou que Donald Trump era uma das principais fontes atuais de divisão na América.
Apesar da ausência de biquínis ser uma novidade, as declarações políticas ou sociais não são propriamente uma estreia neste tipo de concursos.
Em 2017, na eleição de Miss Peru, as candidatas em vez de dizerem as medidas do seu corpo usaram esse tempo para divulgar os números da violência contra as mulheres no país. A iniciativa foi um sucesso mundial.
Concurso Miss América põe termo a desfile de concorrentes em biquíni
