Porque é que o efeito das férias desaparece tão depressa?

Young beautiful woman sitting on the pier enjoying sunset
[Fotografia: Istock]

A pergunta é mais frequente do que se possa pensar e chega, normalmente, muito tempo antes do que aquilo que se esperava e depois de regressar de um período de descanso. Mas, afinal, porque é que a sensação de repouso e descanso obtida em férias ameaça desvanecer tão depressa?

Ao site da revista francesa Madame Figaro, o psiquiatra Michel Lejoyeux começa por falar do jogo de expectativas, sempre altas em período de férias. “Atualmente, deveriam ser terapêuticas, como comida ou relacionamentos românticos, mas não são”, admite. “Nós olhamos para este período como droga ou uma espécie de antibiótico cujos efeitos reduziriam a fadiga e o excesso de trabalho e, acima de tudo, durariam para sempre. Mas esses são momentos de prazer, de descanso, e não de mudanças de vida”, alerta.

Portanto, se é tempo de colocar as esperanças à escala, também é altura para lembrar o ritmo frenético em que se anda mergulhado, É precisamente este lado que aborda a psicólogo do trabalho e clínico Sébastien Hof à mesma publicação.

“A intensificação do trabalho é real. Hoje, realizamos as nossas tarefas exaustivamente até sairmos de férias. Na nossa ausência, o trabalho não esperou, foi-se acumulando e, no regresso, recomeçamos a um ritmo frenético. Na verdade, assim que voltamos, estão reunidas todas as condições para encontrarmos este ritmo sustentado”, explica a profissional.

Há, alerta o especialista, formas simples que ajudam a evitar a perda acelerada daquela sensação de mal parecer ter ido de férias. Para Hof, é imprescindível manter, no quotidiano, o cumprimento de pequenos momentos no que habitualmente só têm lugar na férias.

É importante, ao longo do dia, manter pausas para levar a cabo uma atividade física, espaço para a amizade e intimidade e parar para olhar à volta o que a rodeia, nem que seja por cinco minutos, observando detalhes seja na natureza, seja na cidade.

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