Portugal bate recorde de infeções por covid-19, aprovado novo estado de emergência

Asian people wearing mask and keep social distancing to avoid the spread of COVID-19
[Fotografia: Istock]

Portugal regista esta quarta-feira, 6 de janeiro, 10.027 novos casos de infeção com o novo coronavírus, o valor diário mais elevado desde o início da pandemia, e 91 mortes relacionadas com a covid-19, segundo a Direção-Geral da Saúde (DGS). O Parlamento aprovou prolongamento do Estado de Emergência até 15 de janeiro.

Está-se diante do maior aumento diário de infeções desde o início da pandemia, ultrapassando o máximo registado em 31 de dezembro, dia em que foram notificados 7.627 casos. Mais de 70% das novas infeções estão concentradas na região de Lisboa de Vale do Tejo e na Região Norte.

Relativamente aos internamentos hospitalares, o boletim epidemiológico revela que estão internadas em enfermaria 3.293 (mais 33 do que na terça-feira), das quais 513 em unidades de cuidados intensivos, mais uma em relação ao dia anterior.

Desde o início da pandemia, Portugal já registou 7.377 mortes e 446.606 casos de infeção pelo novo coronavírus, estando hoje ativos 87.004, mais 6.821 do que na terça-feira.

Parlamento aprova novo Estado de Emergência

Esta quarta-feira à tarde, a Assembleia da República aprovou o decreto presidencial que prolonga o Estado de Emergência até 15 de janeiro e que terá início às 00.00 horas de 8 de janeiro.

Tal vai para permitir a manutenção das medidas que pretendem controlar a propagação da pandemia de covid-19 em território nacional. O diploma foi aprovado com os votos favoráveis das bancadas parlamentares do PS, do PSD e da deputada Cristina Rodrigues.

PCP e do PEV, assim como o deputado único do Chega, André Ventura, repetiram o voto contra o diploma, assim como Iniciativa Liberal. BE, PAN, Joacine Katar Moreira e CDS-PP voltaram a decidir pela abstenção.

Este é o oitavo diploma do estado de emergência que o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, submete ao parlamento no atual contexto de pandemia de covid-19 e o primeiro que abrange menos de 15 dias, o máximo que este quadro legal pode vigorar, sem prejuízo de eventuais renovações com o mesmo limite temporal.

De acordo com a Constituição, cabe ao Presidente da República decretar este quadro legal, que permite a suspensão do exercício de alguns direitos, liberdades e garantias, mas para isso tem de ouvir o Governo e de ter autorização da Assembleia da República.

Hospitais de Lisboa com atividade não urgente suspensa

Os hospitais públicos da região de Lisboa e Vale do Tejo receberam orientações do Ministério da Saúde para suspender a atividade não urgente e elevar os seus planos de contingência devido ao agravamento da situação epidemiológica.

A medida foi tomada na sequência da recomendação da Comissão de Acompanhamento da Resposta Nacional em Medicina Intensiva para a Covid-19 (CARNMI) numa reunião de trabalho na terça-feira para “análise da situação epidemiológica regional e da ocupação de camas na Região de LVT”, adianta o Ministério da Saúde (MS) numa resposta à agência Lusa.

Considerou-se necessário que os hospitais da região escalassem os seus planos de contingência para dar resposta a necessidades de internamento decorrentes de uma procura potencialmente crescente”, sublinha.

Segundo o Ministério, “o que se pretende é assegurar que, sendo necessário, existe aumento da capacidade de resposta ao doente crítico“.

O Ministério da Saúde lembra que estas orientações já tinham sido dadas em outras fases da pandemia, mas, neste caso, são dirigidas especialmente à Região de Lisboa e Vale do Tejo.

CB com Lusa