PortugalFashion: Buchinho e Miguel Vieira propõem um ‘novo sexy’

O segundo dia de Portugal Fashion, no Porto, começou a meio da tarde, mas os grandes momentos do dia ficaram guardados para depois do sol se pôr.

O momento alto da noite foi o desfile de Luís Buchinho que apresentou uma das coleções mais interessantes dos últimos anos. Miguel Vieira fechou a noite ao ritmo do Rock e Hugo Costa trouxe para a passerelle propostas masculinas que muitas mulheres gostavam de ter.

Luís Buchinho inspirou-se “no Blade Runner, mas também no trabalho da artista plástica Lilian Schwarz, que tem muito a ver com o universo virtual“. Ao Delas.pt , o criador revelou que quis trabalhar a “sensualidade tecnológica, muito retirado ao ambiente do filme, em que há mulheres reais e mulheres cibernéticas”.

As cores luminosas, perto dos laranjas pretendem evocar – refere Buchunho – “uma cidade de longe, um ambiente muito escuro pontuado por uns pontos de luz, onde existe néon, luzes de carro, isso foi transmitido através de estampados que retratam isso de uma forma muito abstrata”, explicou o designer ao Delas.pt, horas antes do desfile, enquanto fazia as provas finais para o desfile.

Depois de Luís foi a vez de desfilar Micaela Oliveira que decorou a Black Room – sala de desfiles dedicada às marcas – com árvores, recriando o cenário das histórias encantadas que lhe serviram de inspiração.

O desfile começou com quatro cantoras de ópera que fizeram a introdução ao desfile. A primeira a desfilar foi a atriz Rita Pereira, com uma capa longa e uma atitude determinada, desfilou ainda uma modelo grávida que, tal como a atriz, recebeu uma ovação. A coleção pintou-se de tons nudes, verdes, pedras, rendas e muitos detalhes. Um coleção grande de vestidos de gala com algumas ideias interessantes, mas com falta de melhores acabamentos.

Música como eixo de inspiração

Quem fechou a noite foi Miguel Viera com propostas masculinas e femininas para o próximo inverno. O designer inspirou-se no Rock & Roll e criou uma coleção onde o clássico e o irreverente se unem. O desfile abriu com Maria Clara vestida com uma reinterpretação do smoking, agora com pêlo e alguns centímetros ao comprimento.

De destacar contam-se as peças de cabedal, os ombros estruturados, as saias cruzadas, os materiais com brilho e acabamentos metalizados, os decotes profundos, os padrões com bolas, e os materiais que com padrões de xadrez e bolas de pêlo. Esta coleção propõem uma mulher com uma sexy, sofisticada e muito cool. Mais Rock & Roll era impossível.

Na passerelle principal, Hugo Costa apresentou uma coleção cheia de cor inspirada no Punk que, segundo o designer, não morreu apenas se deixou de vestir de preto para abraçar o fúcsia e o azulão. As propostas do estilista para o próximo inverno são bastante urbanas, com uma grande vertente de streetstyle. Os essenciais do guarda-roupa masculino são apresentados em tamanho oversize e tecidos com pouca estrutura. David Catalán também apresentou propostas masculinas com um cunho muito urbano. Já Carla Pontes e Inês Torcato, que também desfilaram na sala principal mostraram propostas femininas.

Na outra sala de desfiles foram recebidas as propostas de Pé de Chumbo e Meam. Tendo a primeira marca criado uma coleção mais urbana, através da criação de padrões xadrez, sem deixar de usar a sua técnica de criação de tecido pouco tradicional. À semelhança do que aconteceu no desfile de Micaela Oliveira, também a Meam abriu o desfile com música ao vivo.

Este sábado, 24 de março, os desfiles continuam, sendo os mais aguardados os de Nuno Baltazar e Diogo Miranda.

Imagem de destaque: PF/DR