Pela segunda vez em seis meses o Portugal Fashion volta a Nova Iorque com Katty Xiomara e Miguel Vieira. Em entrevista ao Delas.pt, Rafael Alves Rocha, o diretor de comunicação do Portugal Fashion explica as razões desta repetição, a importância da presença em passerelle para os negócios e a vontade de assumir a moda como um negócio que resulte em negócios de milhões para Portugal.
Esta é a segunda vez no período de um ano que o Portugal Fashion vem a Nova Iorque. Em que é que a vinda anterior, para mostrar as coleções Primavera-Verão de 2017, resultou para Katty Xiomara e Miguel Vieira?
É a terceira vez que estamos em Nova Iorque. Há quinze anos estivemos cá, pela primeira vez. O Portugal Fashion estava a dar o primeiros passos na internacionalização e este interregno todo serviu para afinarmos agulhas para que quando cá voltássemos viéssemos com um programa estruturado para aquilo que seria uma presença assídua para internacionalizar a moda portuguesa no mercado americano. Viemos o ano passado com a Katty Xiomara e o Miguel Vieira esse foi o primeiro passo dessa nova estratégia pensada. Não teria sentido não voltarmos cá com os mesmos criadores. A nossa intenção é continuar este trabalho. É um segundo, mas haverá uma terceira e uma quarta… A ideia é que isto continue.
A ideia é que estes dois designers sejam a vanguarda da moda portuguesa no mercado americano?
Quando escolhemos estes dois criadores não foi por acaso. Foi porque havia uma vontade dos próprios e uma adequação das coleções ao mercado em causa e porque uma comissão executiva do Portugal Fashion entendeu que estas eram as apostas certas. Foram o ano passado, são agora e provavelmente serão no futuro. O que nós queremos é que isto se traduza em negócio, obvimente. Recordo que a Katty Xiomara já vende em Nova Iorque em 50 boutique – ela tem uma agente de compras que a representa neste território o ano inteiro – e nós estamos a ajudar esse trabalho. Queremos fazer o mesmo com Miguel Vieira. O Miguel Vieira já tem cá essencialmente a sua coleção júnior em algumas lojas multimarca e a nossa intenção é apoiá-los nesse trabalho.
Os desfiles não são a única preseça do Portugal Fashion em Nova Iorque este ano.
Não. Vimos cá na vertente passerelle, que é o que passa de uma forma muito mais explosiva para fora para o grande público, mas vimos também com um projeto que é o braço comercial do Portugal Fashion, o Next Step. Nesta altura trazemos também Luís Buchinho, TM Colection e a Iora Lingerie em três shoerooms comerciais e de imprensa que estão cá também para fazer negócio.
Há planos para que no futuro os designers portugueses que desfilam hoje no Pier 69 Studio venham a mostrar as suas coleções integrados no calendário principal da Semana de Moda de Nova Iorque?
É para isso que estamos a trabalhar. Quando o fizermos queremos ter a certeza absoluta que o fazemos da forma correta. Mas queria dizer que o Portugal Fashion não se esgota no calendário A, B ou C. Todos aqueles que estão a plataforma do Portugal Fashion podem ter aspirações a internacionalizarem as suas coleções, basta querer, adequar a sua estratégia ao mercado que possam querer explorar e quem esta deste lado perceber que sã as melhores apostas nesse mercado. Todos os que estão no line up do Portugal Fashion podem ter essa ambição.
O Portugal Fashion tem essa missão de consultoria, de ajudar os criadores portugueses a perceberem quando é que as coleções estão prontas para vierem para fora e para que mercados? A Alexandra Moura, para a semana, desfila em Londres por causa da adequação das suas criações ao mercado inglês?
Sim e por uma razão muito simples. O nosso trabalho não se esgota na vertente passerelle, porque nós apoiamos estes criadores em muitas vertentes do seu negócio. Nós temos especialistas em diversas áreas – marketing, de gestão, de branding – que quando é necessário estão ao lado dos criadores ajudando-os a abrir estes caminhos.
Quais foram os resultados da vinda do Portugal Fashion em setembro a Nova Iorque, e que resultados espera para o criadores, agora
Vimos cá com muita expectativa em fevereiro para que possamos ter mais negócio efetivado. A moda é um negócio, o Portugal Fashion é para fazer dinheiro.