Portugal. Preço dos sapatos pode “aumentar cerca de 10% nos próximos meses”

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[Fotografia: Thomas dellon/Pexels]

A perspetiva é definida ao Delas.pt pela Associação Portuguesa dos Industriais de Calçado, Componentes, Artigos de Pele e seus Sucedâneos (APICCAPS). “Admito que o preço do calçado e Portugal possa aumentar cerca de 10% nos próximos meses, num reajuste que são as tendências do mercado nacional e do internacional”, refere Paulo Gonçalves, porta-voz da entidade ao nosso site.

Uma análise nacional feita em paralelo ao novo inquérito internacional World Footwear Business Conditions Survey, que procura traçar cenários para o setor do calçado mundial na senda da inflaçao e do aumento dos custos das matérias-primas e transportes, agravados agora pela guerra na Ucrânia.

De acordo com aquele documento a que o Dinheiro Vivo teve acesso e que auscultou especialistas no setor, prevê-se um “forte aumento” de preços, entre 5 e 20%, “nos próximos seis meses” num mercado que, apesar dos constrangimentos económicos, estima um crescimento mundial de consumo de sapatos a rondar os 6%.

“Ao fim de dois anos de efeitos de pandemia e confinamento, as perspetivas de aumento do consumo são um sinal de esperança que chega com este estudo, mesmo antecipando um aumento do preço do calçado” por via da inflação e agora da guerra, contextualiza Paulo Gonçalves.

Uma subida de preços que é impossível travar por não haver mais margem para as empresas acomodarem os custos. E o responsável exemplifica: “Só os custos nos transportes dispararam, em dois anos, 600%, a que se juntam os preços das matérias-primas. O couro, por exemplo, subiu 50% em igual período”, enumera o porta-voz da APICCAPS.

Por isso, prossegue o mesmo responsável, “aconselhamos as empresas a serem rigorosas nos orçamentos internacionais que apresentam de maneira a que não percam competitividade e que possam ter lucro para redistribuir depois pelos trabalhadores”.