Portugueses têm cada vez menos filhos e mais tarde e há cinco razões principais

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Se para um grupo de mulheres a vontade e o projeto de vida não passa por ter filhos, para outras, a falta de estabilidade financeira, casa e trabalho atrasam a chegada da descendência. Estes são os principais motivos evocados por mulheres e homens, levado a cabo pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) e que justificam a tendência descendente da natalidade verificada no território.

No ano passado, 42,2% das mulheres com idades entre os 18 e os 49 anos e 53,9% dos homens entre os 18 e os 54 anos não tinham filhos, percentagens que subiram 7 e 12 pontos percentuais, respetivamente. Das pessoas questionadas, 55,1% das mulheres e 47,3% dos homens disseram que não queriam ter filhos ou não queriam ter mais.

Além disso, 9,7% das pessoas (8,4% mulheres e 11% homens) declararam não ter nem querer ter filhos, citando como motivos a vontade própria e o facto de ter filhos não fazer parte do seu projeto de vida. O número médio de filhos desejados também desceu de 2,31 em 2013 para 2,15 em 2019.

Os portugueses continuam a ter menos filhos, segundo dados divulgados INE, que regista que o número médio de filhos passou de 1,03 em 2013 para 0,86 em 2019.

O primeiro filho foi tido mais tarde do que o desejado em 45,1% das mulheres e 58,5% dos homens, por motivos que incluem a falta de estabilidade financeira e laboral e condições de habitação.

Mulheres pedem subsídios, homens querem redução de impostos

Uma grande maioria (89,8% mulheres e 85,9% homens) defendeu que deve haver incentivos à natalidade, indicando principalmente horários de trabalho flexíveis para pais e mães com filhos pequenos, mais acesso a creches, jardins de infância e atividades de tempos livres.

Quanto a medidas relativas ao rendimento familiar, a maioria das mulheres considerou mais importante aumentar subsídios para educação, saúde, habitação ou alimentação e a maior parte dos homens pediu redução de impostos ou aumento de deduções fiscais para famílias com filhos.

No final da década de 1970, o número médio de filhos por mulher era 2,1 e a idade a que tinham o primeiro filho estava nos 24. O número médio de filhos aumenta em relação com fatores como a idade, o facto de terem tido irmãos, escolaridade (até ao 3.º ciclo do básico), o facto de terem cônjuge ou companheira ou companheiro e, no caso dos homens, ter emprego.