Os Critics Choice Awards aconteceram no passado dia 11 de janeiro, em Santa Monica, Califórnia. Este ano foi atribuído pela segunda vez o prémio #seeher que se destina apenas a mulheres que se destacaram no cinema. O ano passado a grande vencedora deste reconhecimento da importância das mulheres no cinema foi Viola Davis e este ano a estatueta foi atribuída a Gal Gadot.

A atriz chegou ao cinema em 2017 como Wonder Woman, uma personagem marcante para as mulheres, e como tal o discurso não poderia falar de outra coisa se não de feminismo, sobretudo depois dos poderosos discursos dos Globos de Ouro.

Gal Gadot subiu ao palco com a plateia a aplaudir de pé, depois de ter sido apresentada por Patty Jekins como alguém que “destacou todos os aspetos das lutas da heroína (Wonder Woman) na vida real, dentro e fora do ecrã. mas o que foi realmente especial, é que ela não o fez pela glória. Não o fez pela fama. Ela não está aqui pelo dinheiro. Ela fez isto por nós. Ela sabia a grande importância que esta personagem podia ter no mundo se fosse bem feita.

Visivelmente emocionada Gal agradeceu as palavras, agradeceu os aplausos, deitou fora o papel onde tinha o discurso escrito e não precisou dele porque as palavras que se seguiram não podiam ser melhores.

“Ao longo da minha carreira, eu era sempre questionada sobre qual seria o meu papel de sonho. E era muito claro para mim que queria representar uma mulher forte e independente – uma mulher real. A ironia disto é que mais tarde, eu fui escolhida para fazer de Wonder Woman, e todas estas qualidade que eu procura, encontrei nela. Ela é cheia de coração, força, compaixão e perdão. Ela vê as coisas erradas que devem ser feitas de forma certa, ela tem iniciativa quando à volta dela ninguém a tem. Ela comanda a atenção do mundo. Ela dá um exemplo positivo para a humanidade.

A Wonder Woman também luta com as suas paixões e esperanças, também fica confusa, insegura, e não é perfeita. E é isso que a torna real. Nós queríamos que ela fosse universal, para ser uma inspiração para todas as pessoas em todo o mundo, e o nosso plano era garantir que não daríamos muita atenção ao facto dela ser uma mulher.

Todo o processo de criação deste filme me inspirou, e espero que tenhamos tido a capacidade de inspirar outros. Quando eu comecei a representar, havia muito poucas protagonistas femininas, e ainda menos realizadoras mulheres. Este ano, três dos filmes mais lucrativos, foram dirigidos por mulheres, uma delas é a maravilhosa Patty Jekins. Outros oito no Top 100 também tinham diretoras. Embora isto seja um processo, continuamos a ter um grande caminho a percorrer.

A Patty partilhou uma anedota comigo. Ela contou-me que alguém lhe tinha dito que o filho de três anos tinha visto o filme, e quando o filme acabou o menino disse “Quando crescer quero ser uma mulher!”. Como artistas e cineastas, acredito que a nossa profissão não é só entreter, é nosso dever inspirar e educar para o amor e o respeito.

Nas passadas semanas e meses, temos testemunhado um movimento na nossa indústria e na sociedade, e eu quero partilhar este prémio com todas as mulheres e homens que se insurgem pelo que é certo, apoiando quem não pode falar por si próprio. A minha promessa e compromisso com todos vós é que nunca me vou calar e nós vamos continuar: juntos para fazer avanços, unidos pela igualdade.”

Este é o discurso que está a emocionar a América