PPE pede demissão de Dijsselbloem

Jeroen Dijsselbloem
Jeroen Dijsselbloem (REUTERS/Eric Vidal)

“Atacar um certo grupo de países, como o fez, é atacar cada um dos países da União Europeia. Atacar mulheres com expressões humilhantes, comparando-as a objetos, é atacar toda a gente, homens e mulheres. Sem distinção”.

É assim que a maioria dos eurodeputados do grupo do Partido Popular Europeu (PPE) no Parlamento Europeu vê as declarações do líder do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, que acusou os países do sul da União Europeia de gastarem tudo em “copos e mulheres” e depois pedirem ajuda. E é também esse o motivo indicado, numa carta assinada por esses eurodeputados do PPE, incluindo o presidente do grupo, Manfred Weber, para pedir a demissão do político holandês daquele cargo.

O contexto não iliba Dijsselbloem. É “categoricamente sexista e misógino”

A iniciativa da carta partiu de um dos vice-presidentes do grupo PPE, o eurodeputado espanhol Esteban Gonzalez Pons.

Segundo o comunicado, citado pela agência Lusa, os deputados signatários dizem não se sentir “representados” por Jeroen Dijsselbloem desde que tiveram “conhecimento das suas afirmações”. “É por isso que, respeitosamente, lhe pedimos que se desculpe e que se demita do cargo”, refere a carta assinada também pelos seis eurodeputados eleitos pelo PSD.

Os eurodeputados lembram ainda que logo após as declarações polémicas, o presidente do Eurogrupo “teve a oportunidade de as retificar no Parlamento Europeu, mas evitou fazê-lo. Pelo contrário, em vez de pedir desculpa, disse que o problema é que não entendemos o estilo direto de discurso característico da cultura Calvinista. Na nossa opinião, a cultura Calvinista nada tem a ver com o desprezo por outras pessoas”, conclui a missiva do PPE.