‘Preacher’: um padre possuído à procura de Deus

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AMC

‘Preacher’, que chega a Portugal esta terça-feira (canal AMC, 22.10) é um enredo sobrenatural recheado de humor negro cuja personagem principal é Jesse Custer (Dominic Cooper), um padre de uma pequena aldeia no Texas com um passado sórdido e cada vez mais dúvidas sobre a religião. Até que um dia é possuído por uma entidade que escapou do Paraíso, Génesis.

A partir daí, a sua missão é encontrar Deus, que fugiu do Céu. Para isso, vai contar com a ajuda da ex-namorada Tulipa (Ruth Negga) e de um vampiro irlandês, Cassidy (Joseph Gilgun) numa epopeia habitada por seres do Inferno e do Céu.

A história é uma adaptação de uma coleção de banda desenhada da Vertigo, subsidiária da DC Comics, publicada entre 1995 e 2000. À época, ‘Preacher’ foi revolucionária pela mitologia fantástica e pelos valores complexos das suas personagens, que se distanciaram dos arquétipos estereotipados que habitualmente colocam bem e mal em disputa neste tipo de literatura.

Além de ter alcançado bons resultados de audiências, as reações da crítica a ‘Preacher’ (que já foi renovada para uma segunda temporada) têm sido positivas. “Mesmo quando não gostei de ‘Preacher’, admirei-a, porque é peculiar, ambiciosa e frequentemente parece obsessivamente pessoal”, descreveu Matt Zoller Seitz, crítico do site Vulture.

“Estou a tentar roubar tudo o que posso de Breaking Bad”

Esta ficção sobrenatural partilha com ‘Breaking Bad’, o primeiro grande sucesso da AMC, o mesmo showrunner: Sam Catlin. O produtor colabora agora com a Sony no desenvolvimento de novos projetos e juntou-se à dupla Seth Rogen e Evan Goldberg (‘A Entrevista’ e ‘Salsicha Party’) para escrever e conduzir ‘Preacher’. Catlin trouxe para Preacher alguns dos detalhes que contribuíram para o sucesso de ‘Breaking Bad’. Além de ambas serem gravadas no Novo México e misturarem comédia e o drama, também na equipa técnica têm semelhanças: repetem presença o compositor Dave Porter, responsável pela banda sonora, e a editora Kelley Dixon.

Outro dos fatores em comum entre as duas produções está na organização dos argumentistas. Catlin admitiu ao site The Verge que se inspirou na forma como Vince Gilligan o fazia em ‘Breaking Bad’ – “Sou eu e outros seis argumentistas, e fazemos as coisas basicamente da mesma forma que o Vince fazia. Que é tentarmos discutir as histórias de forma bastante segura na sala, para que quando um guionista escreva o seu episódio, toda a gente esteja no mesmo comprimento de onda. Estou a tentar roubar tudo o que posso de ‘Breaking Bad’”, brinca o showrunner.

O produtor destaca ainda as possibilidades em aberto, pelo facto de a série não estar constrangida pelos limites da realidade, contrariamente ao enredo protagonizado por Walter White – “No mundo de Garth é possível tanta coisa. Tom Cruise pode morrer [o ator faz uma participação especial no primeiro episódio], há vampiros e anjos… É fantástico ter uma tela tão grande para poder desenhar”.