Precioso sono

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Entre todas as tarefas do dia-a-dia, é difícil encontrar-se tempo para, simplesmente, dormir. Mas os especialistas alertam: o sono é essencial para a nossa saúde e bem-estar. Ganha a pele, o cérebro, o coração e o sorriso (entre outros) – e podemos mesmo conquistar anos de vida enquanto dormimos.

Desde pequenos que estamos habituados a ouvir: “Deitar cedo e cedo erguer, dá saúde e faz crescer!”. Não, não se trata de um mito criado por pais ansiosos por colocar os filhos na cama – o sono é, de facto, um fator crucial na saúde e bem-estar de adultos e crianças. Tão crucial, aliás, que é considerado um dos “segredos” da longevidade.

Embora desprezemos, muitas vezes, a importância de uma boa noite de sono, não é preciso ser especialista para ver os efeitos imediatos de uma noite mal dormida. As inestéticas olheiras são apenas uma parte das várias consequências da falta de sono. Em 2014, um grupo de investigadores norte-americanos conduziu uma pesquisa para avaliar as consequências da falta de sono na saúde e envelhecimento da pele. Depois de analisar os resultados de 60 mulheres, este grupo concluiu que aquelas que dormiam melhor tinham um menor envelhecimento intrínseco da pele, recuperavam melhor da exposição à luz ultravioleta e demonstravam maior satisfação com a sua aparência que aquelas que dormiam menos horas1. A pele é, afinal, um dos nossos maiores cartões de visita. Em 2017, 25 participantes com idades entre os 18 e os 47 anos foram fotografados em duas situações: após dois dias com restrições de sono e depois de duas noites bem dormida. As fotos foram depois exibidas a 122 outras pessoas que deviam classificar quão atraentes, saudáveis, sonolentos e confiáveis pareciam os sujeitos das fotos e o quanto desejavam socializar com eles. Conclusão: não só os participantes estavam menos inclinados a socializar com aqueles que tinham noites mal dormidas, como os classificavam como menos atraentes e saudáveis2.

Não é só na pele, porém, que a falta de sono se reflete. Vários estudos identificam a falta de sono – ou o sono de má qualidade – como fator de risco para a obesidade3.

Nem todos os sinais de alerta são visíveis, porém. Quem nunca se sentiu pouco produtivo ou mais “lento” depois de uma má noite? Não é imaginação, a falta de sono pode mesmo afetar o nosso raciocínio e memória – algo que tem impacto tanto em adultos como em crianças e jovens, podendo mesmo ter efeitos no percurso escolar: “O défice de sono tem uma importância vital na consolidação da memória, nos processos de concentração e abstracção e, consequentemente no sucesso escolar. Alterações do comportamento como hiperactividade ou agressividade aparecem também na sequência da privação de sono e, nos adolescentes, uma maior probabilidade de comportamentos de risco.”, refere a Associação Portuguesa de Sono4.

E se o sono é imprescindível para garantir o bom funcionamento do organismo no dia-a-dia, também parece ser uma peça fundamental para prolongar o tempo de vida, segundo um estudo do Centro Nacional de Investigações Cardiovasculares (CNIC), que concluiu que dormir menos de seis horas por dia e/ou dormir de forma descontínua ou superficial implica um maior perigo de aterosclerose5.

Razões mais que suficientes para concluir que dormir mais e melhor é uma das melhores coisas que podemos fazer por nós próprios e pela nossa saúde e bem estar.

1Oyetakin-White P, et al. Clin Exp Dermatol. 2015 Jan;40(1):17-22.
2Sundelin T, et al. R Soc Open Sci. 2017 May 17;4(5):160918.
3The Nutrition Source. Sleep deprivation and obesity. [Online]. 2019 [citado a 2019 Set 12]; Disponível em: URL: https://www.hsph.harvard.edu/nutritionsource/sleep/
4Associação Portuguesa de Sono. Dormir bem dá saúde e faz crescer. [Online]. [citado a 2019 Out 03]; Disponível em: URL:https://www.apsono.com/index.php/pt/noticias/noticias-do-sono/69-dormir-bem-da-saude-faz-crescer
5Domínguez, F., Fuster, V., Fernández-Alvira, J. M., Fernández-Friera, L., López-Melgar, B., Blanco-Rojo, R., . . . Ordovás, J. M. (2019). Association of Sleep Duration and Quality With Subclinical Atherosclerosis. Journal of the American College of Cardiology, 73(2), 134-144. doi:10.1016/j.jacc.2018.10.060

 

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