Primeira agência de viagens vegetariana promete mudar o viajante

Macro Viagens

Diana Chiu Baptista, de 38 anos, trabalhava há 10 numa agência de comunicação e Igor Chiu Soares, de 34, estava há 9 como responsável de projeto num gabinete de engenharia. Juntos costumavam fazer várias viagens, partilhando depois as experiências, sempre ligadas à macrobiótica e espiritualidade, no seu blogue I Love Bio.

Quando alguns dos leitores do blogue começaram a contactar o casal para viajarem juntos, Diana e Igor tiveram a ideia de organizar uma viagem de grupo à Índia Sul, um destino onde já tinham ido em 2016, em parceria com uma agência de viagens. O sucesso foi tal que decidiram criar a própria agência de viagens em 2017, sem esquecer os valores que sempre os moveram: budismo, macrobiótica, espiritualidade, alimentação consciente, responsabilidade social e sustentabilidade. Foi assim que nasceu aquela que é considerada a primeira agência de viagens vegetariana, em Portugal.

“Hoje em dia estamos tão felizes com a nossa atividade profissional que nem temos necessidade de férias ou de fins de semana. Podemos organizar o nosso tempo conforme as circunstâncias e temos o privilégio de – quando não estamos a acompanhar os grupos que viajam connosco, claro – podermos trabalhar de qualquer parte do mundo”, explicou ao Delas.pt Diana Chiu Baptista.

Diana e Igor, os fundadores da Macro Viagens

Nos últimos dois anos já viajaram com a Macro Viagens mais de 150 pessoas – os grupos variam entre as 10 e 18 pessoas, dependendo dos destinos. Para este ano ainda vão ter duas viagens à Índia Sul em novembro e uma ao Nepal e Butão em dezembro. Os grupos estão quase completos, mas ainda há lugares.

O nosso objetivo foi ir aumentando progressivamente o número de grupos até chegarmos aos sete programas anuais, que se vão concretizar este ano“, revelou a fundadora da única agência de viagens vegetariana em Portugal.

Quem viaja pela Macro Viagens só come refeições vegetarianas durante todo o percurso, apesar de a maioria das pessoas não seguir este tipo de alimentação no seu dia-a-dia.

Macro Viagens

“Muitas descobrem que a alimentação vegetariana é bastante mais diversificada do que pensavam e que pode ser muito saborosa e nutritiva. Há até quem, depois da viagem, mude alguns hábitos que tinha reduzindo, por exemplo, o consumo de carne. Outros, claro, não se sentem tocados por este tipo de alimentação – mais compassiva, saudável e sustentável -, mas fazem-na durante a viagem porque, ao inscreverem-se, já sabem que existe esse compromisso”, afirmou Diana Chiu Baptista.

Já as pessoas que não têm um estilo de vida ligado à espiritualidade, segundo Diana, acabam sempre por regressar com um sentimento de desilusão em relação à vida material. Durante as viagens há a oportunidade de estar em contacto com pessoas com menos bens materiais e menor estatuto social, mas mais alegres e flexíveis.

Ir ao Oriente e contactar com estas realidades completamente diferentes das que conhecemos, estarmos em lugares sagrados, privar com diferentes comunidades monásticas, conviver com pessoas simples que nos abrem as portas das suas minúsculas casas como se fossem palácios, tudo isto tem um grande impacto. Não se vai para casa igual”, sublinhou a responsável pela Macro Viagens.

As experiências mais locais e menos turísticas, bem como as sessões de meditação quase diárias dadas por Igor Chiu Soares, o contacto com professores budistas e as ações de voluntariado são alguns dos fatores diferenciadores desta agência de viagens.

“Para além disso, todos os nossos programas são ‘tudo incluído’, o que não é muito normal nas viagens de autor. São viagens que preparamos como se fossem para amigos, à nossa imagem, e que acompanhamos sempre, com as responsabilidades, claro, inerentes ao nosso papel mas com o mesmo entusiasmo como se fossemos participantes. Isso também faz a diferença e temos já muitas pessoas repetentes, que já viajaram connosco mais do que uma vez“, contou Diana Chiu Baptista.

A política de turismo responsável, que fizeram questão de cumprir desde o início, faz da Macro Viagens a primeira agência portuguesa certificada pela Biosphere Responsible Tourism. Têm de cumprir critérios ambientais, sociais, económicos e culturais.

“Considera-se que a sustentabilidade da empresa passa por todas estas áreas e não só pela mais evidente, a ambiental, como pode parecer. Um dos efeitos do processo de certificação foi termos lançado um manual de boas práticas para viajantes mais conscientes, disponível no nosso site“, disse a portuense.

A viagem mais barata da Macro Viagens custa 2 090€, com tudo incluído (até voos internacionais e seguro de viagem) durante 12 dias, e tem como destinos a Índia Sul e Ashram. A mais cara é para o Nepal e Butão durante 14 dias, também com tudo incluído, por 3 790 euros. No entanto, quem não tem disponibilidade financeira pode sempre tentar a sorte e concorrer à bolsa anual da agência.

Para se candidatar à bolsa de viagem deve preencher o formulário de inscrição, numa primeira fase. Depois, todos os que cumprirem os requisitos do regulamento disponível no site da Macro Viagens serão contactados até 31 de janeiro de 2020, para uma segunda fase. Na edição anterior, a segunda fase passou por uma candidatura em vídeo. Desta vez ainda não definimos como será, mas provavelmente voltará a ser um vídeo onde o candidato terá a oportunidade de se apresentar e demonstrar as suas motivações”, acrescentou Diana Chiu Baptista.

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