Primeira Feira de Empreendedorismo Feminino Intercultural arranca com edição esgotada

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Fotografia: Shutterstock

A primeira Feira de Empreendedorismo Feminino Intercultural, em Portugal, começa esta sexta-feira, 1 de junho, na Quinta da Ribafria, em Sintra, e termina no domingo, arrancando, nesta edição com uma participação esgotada e uma lista de espera para a edição do próximo ano.

Ana Cláudia Vaz é a diretora deste certame dedicado exclusivamente à exibição, venda e apresentação de negócios e serviços de mulheres empreendedoras. Uma ideia que nasce da associação Adoro.Ser.Mulher, uma comunidade de networking da qual é presidente-executiva.

Ao Delas.pt, a empresária e ex-manequim explica como nasceu esta primeira feira de empreendedorismo feminino.

“Sensivelmente há três anos, nós, na associação Adoro.Ser.Mulher, fizemos, na Costa da Caparica [Almada] na praia, um pequeno mercado, que juntámos com um networking e um jantar à beira mar e percebemos que havia uma boa adesão da parte das empreendedoras para mostrarem os seus produtos, fisicamente. Sempre tive a ideia de passar o que nós temos aqui na nossa rede, estas mil mulheres, do digital para o real”, explica.

Ana Cláudia Vaz preside à associação Adoro.Ser.Mulher, que organiza, entre hoje e domingo, em Sintra, a primeira Feira de Empreendedorismo Feminino Intercultural. [Fotografia: DR]
O projeto que levou mais de um ano a ser preparado, conta com a participação de 100 marcas, dirigidas por mulheres, de nove nacionalidades, que vão dos países da CPLP a países da Europa do norte, como a Dinamarca.

Sendo um dos pressupostos da associação e do próprio evento, “criar condições para a mulher empreender”, a feira, que é aberta ao público, inclui estruturas de apoio ao ambiente familiar. Ou seja, “quem está a fazer negócio, a vender ou a divulgar os seus produtos, é uma empresária, algumas dessas empresárias têm os negócios com os maridos e eles são bem-vindos, estão lá com elas, mas depois quem vem visitar são as suas famílias e o público, em geral, que vem conhecer a criatividade destas mulheres”.

Na prática, as condições de conciliação que permitem à mulher fazer negócios, neste evento, sem abdicarem do fim de semana em família, materializam-se na criação de um espaço só para crianças, um parque temático infantil de cerca de três mil metros quadrados, dinamizado por empresárias ligadas a essa área, com jogos para todas as idades.

Para esta feira, a Quinta da Ribafria foi dividida por sete zonas, por onde se distribuem atividades mais vocacionadas para a prática do networking, os negócios e as conferências e outras de lazer, com espaços de restauração e gastronomia e música ao vivo. Todas elas a cargo ou dedicadas ao feminino.

“Há um tributo à Nina Simone, à Amália Rodrigues, e também vai haver um tributo às vozes de Cabo Verde”, exemplifica Ana Cláudia Vaz.

A decoração, a moda e a moda de praia, o calçado, a saboaria tradicional, os serviços de consultoria de imagem e de consultoria em finanças são alguns dos setores de negócio representados na feira. Há ainda uma zona exclusiva para a mostra e venda de joalharia de autor.

A par disso, decorrem, ao longo dos três dias, palestras com personalidades de áreas diversas.

No sábado, pelas 17h, Teresa Fragoso, presidente da Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género (CIG) marca presença na feira, para falar sobre a afirmação do poder e da liderança nas mulheres. Mas o dia tem outras oradoras convidadas, que, num espaço chamado ‘Cimeira das Mulheres’, vão partilhar a sua visão sobre diferentes temáticas do universo do empreendedorismo feminino.

No mesmo dia, a jornalista e coach comportamental brasileira, Aline Castelo Branco, irá debater a gestão da vida conjugal, enquanto mãe, mulher e empreendedora. Já Sofia Santos, da BCSD Portugal, irá explicar como tornar os negócios mais sustentáveis, falando sobre a questão: ‘Pegada de carbono: o meu negócio é amigo do ambiente?’

No domingo, as palestras são, sobretudo dedicadas à organização empresaial. Desenvolvimento e Aprendizagem da equipa: um investimento no futuro da empresa’, por Susana Prado, coach para empresas, ‘Finanças Femininas: tornar o saldo positivo’, por Anabela Tabanez, gestora, e ‘Como transformar dados em lucro’, por Marília Simões, data scientist, são as propostas para serem ouvidas e debatidas naquele espaço, no derradeiro dia do evento.

O programa da feira inclui também workshops de participação gratuita, desfiles de moda e, no âmbito do networking, encontros com horário marcado para qualquer mulher interessada em aumentar a sua rede de contactos ou conhecer associadas da rede Adoro.Ser.Mulher e outras empreendedoras (mais informações aqui).

“O que nós queremos é reforçar os trabalhos das mulheres e mostrar a criatividade feminina”, refere Ana Cláudia Vaz. No que respeita às diferenças entre o empreendedorismo feminino e o masculino, a responsável reconhece que elas existem, pelas próprias características naturais femininas, mas sublinha que há espaço para ambos.

“Nós achamos que devemos sempre olhar de forma positiva, criar as nossas oportunidades e ajudamos as mulheres a concretizarem os seus sonhos: a abrir as suas empresas, a perceberem que juntas podem unir-se e trabalhar em conjunto, reforçar as suas finanças. Ajudamos a vender, ajudamos a expandir.

Para esta primeira edição associação recebeu quase mil candidaturas, o que superou as expectativas, “até mesmo de capacidade”, organização, refere Ana Cláudia Vaz. “Ultrapassamos largamente o nosso business plan e estamos muito contentes”

A Feira Intercultural de Empreendedorismo Feminino abre esta tarde, às 16h e encerra às 21h. A entrada é gratuita.

Ana Cláudia Vaz: “O nosso objetivo é reforçar as finanças das mulheres”