Acreditamos que é urgente trazer o feminismo e a igualdade de oportunidades para o centro do debate em Portugal, sendo que Lisboa já tem uma história de ativismo feminista muito importante e assim pretendemos dar espaço a todas as pessoas que discutam estas temáticas e não só. Tendo em conta os valores anti-capitalistas (todas as atividades são gratuitas), comunitários (a equipa que ajuda a construir o festival é completamente voluntária assim como os participantes/espaços) e de liberdade de expressão que constituem um festival feminista.
Como é que um evento deste género pode contribuir para despertar as pessoas para as questões do feminismo e da igualdade de género?
As atividades que vão acontecer durante o mês de março no âmbito do Festival foram propostas a partir de um open call, através do qual recebemos mais de 140 propostas incríveis. Isto significa que mais de 100 pessoas (ou grupos) estiveram a pensar atividades para realizar no âmbito do Festival. Finalmente, são mais de 40 atividades a serem realizadas em março, das quais participarão (ou terão conhecimento) centenas (ou milhares) de pessoas. Acreditamos que, a partir do momento em que nos juntamos e decidimos realizar este evento, em muito já contribuímos para colocar o feminismo como pauta de discussão na cidade e não só.
Quem organiza este festival?
Somos um grupo de voluntários que se organizou a partir de reuniões abertas realizadas desde novembro de 2017. A partir da experiência e capacidades individuais, organizamo-nos de forma autogestionada e independente.
Quando é que ele começou a ser pensado?
O Festival Feminista de Lisboa começou a ser construído coletivamente em novembro de 2017, em reunião aberta convocada pela idealizadora Raquel Silva.
Apresenta-se como um festival sem fins lucrativos, mas é extenso em tempo (quatro fins de semana) e espaço (vários locais de Lisboa). Como reuniram o orçamento necessário para levar a cabo o evento, tiveram apoios ou parceiros?
Somos um Festival sem fins lucrativos, pois toda a equipa trabalha de forma voluntária e não temos interesse de lucro com o evento. A angariação de fundos para cobrir os custos das atividades está a ser feita de duas formas principais: uma campanha de financiamento coletivo (crowdfunding); e eventos beneficentes. E também com a venda de produtos do festival (pins, t-shirts e sacos). A campanha e os eventos também são organizados voluntariamente pela equipa do festival. Até aqui, realizamos um festa de carnaval nos Anjos 70, ao dia 12 de fevereiro, e um workshop de Linguagem Audiovisual e Roteiro, ao dia 17. A campanha continua aberta e está disponível no link: https://gogetfunding.com/festival-feminista-de-lisboa-2018/
Qual é o objetivo desta primeira edição do Festival Feminista de Lisboa?
Esta primeira edição do Festival pretende trazer à rua e, indiretamente, à casa todos os vários feminismos, dando voz e oportunidade a parte daqueles que são discriminados e não representados por qualquer motivo nesta sociedade. Desconstruindo preconceitos através da arte, diversidade e conversas abertas a todos. Questionando as várias regras impostas pelo patriarcado para nos calar e diminuir e mostrando o legado da luta feminista que muitas vezes não é visível para a sociedade no geral, mas que está na frente de tantas mudanças essenciais para o desenvolvimento da humanidade.
