Primeiro frente-a-frente de Hillary contra Trump é esta noite

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Hillary Clinton e Donald Trump

Hillary Clinton e Donald Trump defrontam-se esta segunda-feira, pela primeira vez.

O primeiro debate televisivo entre a candidata democrata e o candidato republicano à Presidência dos Estados Unidos da América realiza-se esta noite, pelas 21h, em Nova Iorque (2h, em Portugal Continental).

Este é já considerado um embate histórico na política americana e estima-se que a ele assistam 100 milhões de telespectadores, número que a confirmar-se o tornará no debate presidencial mais visto de sempre.

Se do lado dos democratas está uma candidata experiente e que poderá vir a ser a primeira mulher presidente da maior economia do mundo, do outro está um candidato polémico – acusado de racismo, homofobia e sexismo – e que se apresenta como sendo de fora do sistema, apesar de concorrer pelo Partido Republicano.

Ao longo de 90 minutos, e sem interrupções, é esperado que Hillary Clinton e Donald Trump, que, nos últimos meses, têm trocado acusações entre si em comícios e declarações públicas, confrontem, finalmente, argumentos e políticas que pretendem levar ao escrutínio dos eleitores americanos, no dia 08 de novembro.

A economia, a segurança e a condução do país são os temas centrais da discussão, segundo anunciou a Comissão de Debates Presidenciais dos Estados Unidos. O moderador deste primeiro debate será o apresentador do canal NBC Lester Holt.

Cada um dos temas vai ser dividido em dois segmentos de 15 minutos e como podem acomodar um amplo conjunto de assuntos é esperado que os candidatos falem sobre economia, educação, política externa ou defesa.

Os analistas esperam que Trump lance dúvidas sobre o estado de saúde da ex-secretária de Estado norte-americana – que abandonou a cerimónia do aniversário dos atentados do 11 de setembro, por problemas relacionados com uma pneumonia – e que reitere a intenção polémica de construir um muro na fronteira com o México, para impedir a entrada de migrantes em território norte-americano.


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Já Clinton, poderá aproveitar o rescaldo dos recentes ataques na cidade de Nova Iorque e nos estados do Minnesota e de New Jersey para reafirmar as suas propostas na área da segurança interna e que incidem no reforço da vigilância – com recurso aos serviços de informação e de novas tecnologias. Paralelamente, deverá continuar a apostar na rejeição de um discurso do medo.

Popularidade em baixa e empate nas sondagens
A poucas horas do confronto televisivo e a pouco mais de um mês das eleições, as sondagens nacionais revelam um empate entre Clinton e Trump, que continuam a ser candidatos presidenciais com baixa popularidade, mais rejeição do que adesão entre os eleitores americanos.

Uma sondagem do Washington Post/ABC News dá um empate entre os dois candidatos, reunindo cada um 41% das intenções de voto dos eleitores registados.
Gary Johnson, candidato do Partido Libertário, conquista 7%, enquanto Jill Stein, dos Verdes, reúne apenas 2% dos votos, apesar de de ter captado alguns dos votos dos apoiantes de Bernie Sanders, quando este, que concorreu à nomeação pelo Partido Democrata para esta eleições, decidiu retirar-se da corrida e dar o seu apoio a Hillary Clinton.

Também em termos de simpatia do eleitorado, Donald Trump e a ex-primeira dama e secretária de Estado do governo de Barack Obama aparecem empatados nos inquéritos aos eleitores. A consulta do Washington Post/ABC News confirmou a impopularidade dos dois candidatos, com 59% e 60% dos eleitores registados inquiridos a afirmarem que veem de forma desfavorável Clinton e Trump, respetivamente.

Os valores estão em linha com uma sondagem, também recente, da CNN/ORC, de segundo a qual 54 % dos americanos afirmam ter uma opinião desfavorável de Donald Trump, contra 56% que confessam não gostar de Hillary Clinton.

Apoios inesperados
Apesar de serem igualmente impopulares entre o eleitorado, no que toca a apoios de figuras públicas Hillary Clinton ganha ao milionário com significativa vantagem e dos dois lados do campo de batalha. O mais recente veio do lado republicano e é um apoio de peso. O patriarca da família Bush, o ex-Presidente George H. W. Bush (1989-1993), de 92 anos, afirmou que irá votar em Clinton.


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O debate desta noite é o primeiro de três, estando os outros dois agendados para 09 de e 19 de outubro. De fora deste debate ficam os outros dois nomes na corrida à Casa Branca: o candidato do Partido Libertário Gary Johnson e a candidata presidencial dos Verdes Jill Stein. Nenhum deles conseguiu os 15% de apoio nas sondagens nacionais requerido para o efeito.

Caso atinja os 100 milhões de telespetadores, o debate desta noite terá uma audiência só comparável com o maior evento televisivo nos Estados Unidos, a final da liga do futebol americano SuperBowl, e ultrapassará os 67 milhões de telespetadores que acompanharam o primeiro debate em 2012 entre o democrata Barack Obama e o republicano Mitt Romney.

Em Portugal, o confronto televisivo entre Hilary Clinton e Donald Trump poderá ser acompanhado na RTP3 e na SIC Notícias, com emissões especiais a partir da 1h.

 

Imagem de destaque: Jim Tanner/Reuters