A princesa holandesa Mabel encabeçou esta segunda-feira, 23 de julho, uma manifestação, em Amesterdão, que juntou milhares de ativistas, de vários países, contra a discriminação de pessoas portadoras do vírus HIV.
Os obstáculos ao acesso a medicamentos contra o VIH, a falta de financiamento para a investigação e luta contra a SIDA e a discriminação e a estigmatização das pessoas infetadas com o vírus estiveram entre os motivos do protesto.
À cabeça da manifestação, refere a agência Lusa, a princesa Mabel pediu que se ponha fim ao “estigma que ainda existe em toda a parte sobre esta doença”, considerando que está na altura de “acelerar para não falhar o objetivo de eliminar a sida em 2030” estabelecido pela ONU,
Os manifestantes criticaram ainda a falta de vontade política, protestando contra a redução dos apoios à investigação sobre a doença.
O protesto decorreu antes do arranque da Conferência Internacional sobre a SIDA, que decorre naquela cidade da Holanda, até ao próximo dia 27 de julho, reunindo cientistas, ativistas, políticos e pessoas portadoras da doença.
A 22ª. edição deste encontro bienal, que decorre no Centro de Convenções RAI, acontece sob os alertas da ONU para a falta de avanços, em 2017, no investimento financeiro canalizado para a investigação e combate à doença e avisar que dinheiro disponível “poderá diminuir” face à doença.
O número de novas infeções diminuiu desde 2010 apenas 18%, muito abaixo dos 75% definidos como meta para 2020, pela Assembleia Geral da ONU, em 2016. Na altura, a organização estimava que a pandemia deixasse de ser uma ameaça à saúde até 2030.
Os fundos internacionais disponíveis para financiar o combate a novas infeções até aumentaram, em 2017, em 8% (20.600 milhões de dólares), mas a ONUSIDA alerta para o facto de em 2017 não ter havido “novos compromissos significativos” por parte dos doadores, temendo a sua diminuição.
No ano passado, cerca de 1,8 milhões de pessoas foram infetadas com o vírus – menos 5,3% do que em 2016. O número de mortos também diminuiu em 5%, atingindo 940 mil pessoas. Em termos totais, em 2017 o número de infetados situava-se nos 36,9 milhões (600 mil a mais do que no ano anterior).
AT com Lusa
Fotografia: EPA-EFE/PatrickVan