Probióticos: os amigos escondidos nos iogurtes

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Assinala-se hoje, dia 17 de maio, o Dia do Iogurte. Para comemorar esta data, e num incentivo à alimentação saudável associada à prática de atividade física, o programa 1 Iogurte Por Dia desafia todos os cidadãos a juntarem-se ao movimento Eu como 1 Iogurte Por Dia através das plataformas digitais.

Abrir o frigorífico e retirar um iogurte para consumo à refeição, como o pequeno-almoço ou lanche, ou para quando a fome pede um snack prático e rápido, é um gesto banal no dia a dia da maioria das crianças e adultos, certo? Errado. Ou melhor, mais ou menos.


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Em agosto de 2015, o programa 1 Iogurte Por Dia e a Marktest realizaram um estudo para tentar perceber como são os hábitos das mães e dos seus filhos no que toca aos lanches da manhã e da tarde. Os inquéritos foram feitos na zona de Lisboa e Porto a 265 mães com filhos com idades compreendidas entre os 6 e os 10 anos, e descobriu-se que apenas 57% das inquiridas consome iogurte às refeições e 40% inclui o iogurte nas lancheiras dos filhos, algo muito abaixo do consumo de sumos de fruta, queijo, bolos e bolachas.

O iogurte é um alimento fácil de ingerir e uma excelente escolha para lanches feitos em casa, no trabalho ou para um piquenique. Por ser um alimento fermentado pode apresentar menor quantidade de lactose, tornando-se assim uma opção até mesmo para quem é intolerante ao açúcar do leite. O iogurte, por conter proteínas, pode contribuir também para a redução do excesso de peso e obesidade, promovendo a sensação de saciedade e ajudando no controlo do apetite e redução da fome. Nos adultos ajuda também a reduzir o risco de doenças cardiovasculares e a diminuir a pressão arterial.

Mas, afinal de contas, o que é um iogurte?
É um alimento com alto valor nutricional composto por proteínas, cálcio, vitaminas do complexo B (B2, B6, B12), potássio, fósforo, ácido fólico e magnésio. Necessita de ser conservado a temperaturas baixas, dado que é um alimento constituído por microrganismos vivos, designados por probióticos e é neles que está o segredo dos benefícios. Segundo a explicação de Teresa Carvalho, Nutricionista e membro da Associação Portuguesa dos Nutricionistas:

“Os probióticos são microrganismos vivos que, quando consumidos em quantidades adequadas, conferem um efeito benéfico na saúde do indivíduo. Estes microrganismos devem ser estáveis e viáveis até ao término da validade do produto. São exemplo de culturas probióticas o Bifidobacterium (p.e. B.longum, B.lactis) e o Lactobacillus (p.e. L.acidophilus, L.casei).”

Além do iogurte, os probióticos podem também ser encontrados em alimentos como leite fermentado, queijo e requeijão. Para confirmar a presença de probióticos nos produtos que escolhe nas prateleiras do supermercado basta muito simplesmente ler o rótulo e verificar quais as culturas probióticas existentes, bem como as respetivas quantidades.

Benefícios de ingerir probióticos
Entre alguns dos benefícios derivados do consumo regular de probióticos, Teresa Carvalho destaca a prevenção da diarreia aguda em crianças; a diminuição da ocorrência de alergias em bebés e crianças; a regulação do microbiótica intestinal, inclusive em situações de desregulação intestinal devido à toma de antibióticos; o controlo dos sintomas de distúrbios gastrointestinais, tais como doença de Crohn e síndrome do cólon irritável; a inibição do crescimento e ação de microrganismos patogénicos (p.e. Salmonella spp); o reforço do sistema imunitário, já que diminuem a ocorrência de alergias e podem influenciar os mecanismos de defesa do corpo; a melhoria da absorção de nutrientes; a melhoria da digestão da lactose em indivíduos intolerantes e a prevenção de infeções urinárias.

Quantidades e qualidades
Para que o produto exerça um efeito benéfico no organismo este deve conter no mínimo 106 UFC/mL, de modo a atingirem-se concentrações fisiologicamente ativas, a nível intestinal. Teresa Carvalho salvaguarda, no entanto, que “é necessária mais evidência científica para comprovar e garantir os benefícios induzidos pelos probióticos. Refira-se, ainda, que os possíveis efeitos são limitados às estirpes analisadas em cada estudo, não se devendo generalizar.” Além disso, Teresa Carvalho frisa ainda que

“É aconselhável que o tempo de consumo e seleção do tipo de estirpe probiótica seja recomendado por um profissional de saúde. Acrescente-se que a viabilidade dos microrganismos depende de vários fatores (p.e. pH do produto, temperatura de armazenamento) e a mesma estirpe probiótica não é eficaz para todos os indivíduos ou para indivíduos em diferentes fases da doença.”

A nutricionista aconselha, assim, um consumo moderado de alimentos que contenham probióticos, já que o seu consumo excessivo poderá tornar-se contraproducente e ocasionar mesmo efeitos adversos, sendo a distensão abdominal e a flatulência os mais comuns.
Concluindo, segundo Teresa Carvalho, e tendo em conta todos os fatores referidos, podemos considerar que “o consumo de probióticos é seguro para o consumo humano, sendo os probióticos capazes de conferir benefícios à saúde do indivíduo, desde que em quantidades suficientes para atribuir efeito fisiologicamente ativo.” Ou seja, são bons para a sua saúde e ajudam a resolver alguns problemas de saúde.