Procriação medicamente assistida pode vir a abranger mulheres com 42 anos

Mulher grávida

A Procriação Medicamente Assistida poderá chegar a mulheres com mais de 40 anos. Segundo notícia da TSF, a questão está a ser ponderada pelo Governo.

Atualmente, os 40 anos são a idade máxima para aceder, no Serviço Nacional de Saúde, às técnicas médicas que ajudam quem tem dificuldades em engravidar e que estão, desde novembro passado, acessíveis a todas a mulheres, independentemente do seu estado civil e da sua orientação sexual. Mas o limite etário tem sido contestado por muitas mulheres e, numa resposta ao grupo parlamentar do PCP, citada por aquela rádio, o Ministério da Saúde afirma que está a avaliar o alargamento da procriação medicamente assistida até aos 42 anos.

Apesar da disponibilidade para analisar essa possibilidade, o governo admite que há dificuldades relacionadas com o aumento da idade máxima. “Implica uma eficácia menor destas técnicas”, sendo por isso “preciso ter em conta efeitos negativos nos tempos de espera”, refere a resposta do Ministério.


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O tempo de espera é uma das razões que leva a Associação Portuguesa de Fertilidade a defender o alargamento da idade máxima para beneficiar dos tratamentos. Em declarações também à TSF, a organização diz ter conhecimento de casos de mulheres que estão dois ou mais anos em lista de espera e que quando chegam aos 40 anos são afastadas pelo serviço público por terem atingido o limite de idade.

Por outro lado, a vida atual leva a que a maternidade seja uma opção cada vez mais tardia e tomada muitas vezes perto dos 40 anos.

Já Eurico Reis, presidente do Conselho Nacional de Procriação Medicamente Assistida, sublinha as questões de eficácia colocadas pelo Ministério da Saúde, na resposta ao PCP, detalhando, em declarações à mesma rádio, que “todo o tempo e meios concentrados em mulheres com idade acima de 40 anos vai ter uma eficácia marginal ou baixíssima, impedindo que mulheres mais novas tenham acesso a estes tratamentos.”

O responsável acrescenta ainda que “quando chegar a vez das mulheres mais novas, a probabilidade de sucesso será menor, sendo que hoje já estão prejudicadas pelas listas de espera”.