Casal prova quão diferente pode ser a pornografia do sexo real

Juntos há 11 anos, Fernanda Vasconcelos e Walter Gutierrez querem ajudar a acabar com as ideias pré-feitas sobre o sexo encenado, mostrando como o sexo real nada tem a ver com aquilo que se vê na pornografia. Para isso partilham a própria intimidade na internet, através de uma plataforma online chamada Make Love Not Porn (Façam amor, não porno).

Criada por Cindy Gallop, em 2009, a plataforma pretende ajudar a sociedade a pensar e a ver o sexo como ele é na realidade, longe dos conceitos e das ideias incutidas pela pornografia. A ideia surgiu após a fundadora se aperceber que os homens com quem tinha namorado, ao longo da vida, tinham o porno como base das relações sexuais e a sociedade, em geral, mantém alguma relutância em falar de sexo, não mostrando de facto como ele é.

Cindy Gallop, fundadora da plataforma Make Love Not Porn [Fotografia: Twitter]
“A convergência desses dois fatores faz com que a pornografia acabe por ser a educação sexual dos indivíduos e não de forma positiva”, revelou Cindy ao jornal britânico Daily Mail. Na plataforma online é possível ler ainda: “Numa época em que a pornografia pesada está mais disponível que nunca, uma geração inteira cresce a acreditar que o que vê na pornografia é a forma como se faz sexo”.

 

Acabar com essas relações sexuais encenadas e de fácil acesso que está a criar ideias erradas nos indivíduos é então o propósito da plataforma de Cindy. Através de vídeos totalmente realizados por casais comuns, o Make Love Not Porn procura mostrar como o ato sexual acontece na realidade: sem qualquer guião, corpos definidos ou estereótipos pré-concebidos.

Fernanda e Walter encontraram neste site o sexo como ele é e acreditam que possa ter uma influência positiva na sociedade. “Encontrar o Make Love Not Porn fez-me pensar que poderia ajudar outras mulheres a descobrir o que o sexo realmente é”, declarou à mesma publicação Fernanda que, atualmente, partilha na plataforma de Cindy vídeos com o companheiro Walter. E explicou: “A ideia é mostrar pessoas de verdade a fazer sexo de verdade. Queremos acabar com os equívocos criados pelo mundo do porno”.

Fernanda Vasconcelos e Walter Gutierrez [Fotografias: efiandwalter.com]

Mas, dar o primeiro passo e expor a intimidade não foi fácil: “No início, tive as minhas dúvidas, porque não sabia se queria mostrar o meu corpo a mais alguém, sem ser ao Walter. Mas fizemos um vídeo, submetemo-lo e teve uma resposta muito boa. Senti-me imediatamente um pouco melhor, tanto relativamente a mim, como ao sexo, como a nós enquanto casal”, revelou ainda Fernanda.

E como funciona a plataforma?

De acordo com as regras apresentadas no site Make Love Not Porn, para assistir aos vídeos é necessário fazer uma conta e depois pagar para ver. Todos os vídeos, independentemente da duração, têm um custo de $5, podendo ser vistos quantas vezes se quiser durante três semanas. 50% dos lucros do vídeo vão diretamente para quem o carregou na plataforma e para o conseguir também há que seguir algumas regras.

Primeiro que tudo há que enviar um vídeo para a equipa de curadoria da plataforma. Esse vídeo será avaliado para garantir que contém os requisitos exigidos, não indo contra a filosofia do site. Caso seja aprovado, o vídeo é então colocado na plataforma e a pessoa irá lucrar de acordo com o número de visualizações.

Percorra a galeria de imagens acima para conhecer o desafio 30 dias de sexo.

[Imagem de destaque: Shutterstock]

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