Quando nasce um filho o salário da mãe baixa

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No dia em que um filho apaga as cinco velas do seu bolo de aniversário a mãe terá perdido 25% do seu salário, ou seja, ¼ do seu rendimento. A conclusão chega de um estudo francês divulgado na quinta-feira, 10 de outubro, pelo Instituto Nacional de Estatística de Estudos Económicos (INSEE).

Esta investigação (que pode ser consultada no original aqui) procurou medir os efeitos da chegada de um descendente à família quer junto dos pais, quer junto das mães e concluiu que a desigualdade de género se acentua no sexo feminino. Uma perpetuação e acentuação, de resto, da disparidade salarial que se assiste comummente, mesmo quando ainda não foi constituída família.

A mesma alegria familiar não se repercute da mesma maneira nos rendimentos dos homens. Nos pais, a chegada de uma criança não só não afeta a carreira, como não prejudica o salário – muito pelo contrário – nem o tempo de serviço. Aliás, os que auferem rendimentos mais altos chegam a ver incrementos de 17% a mais cinco anos após o nascimento do bebé.

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Se as mulheres perdem, em média, ¼ dos seus rendimentos assim que passam a ser mães do primeiro filho, esta discrepância aumenta quando se olha para a aquelas que auferem salários mais baixos. Os investigadores concluíram, da análise de dados entre 2005 e 2015, que a perda chega, nestes casos, a ser de 38%. Do outro lado, da parte das mulheres mais bem remuneradas, o rendimento mensal encolhe 5%

A justificação para esta desigualdade entre elas, explica o site FranceInter, prende-se com a possibilidade da escolha de tempo parcial para cuidar da descendência. Uma desigualdade para a qual a licença parental muito contribuiu.

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