Nasceram há muito, muito tempo, mais propriamente no século XVI, altura em que apareceram os azulejos hispano-mouriscos em Portugal. E por cá ficaram. Estamos a falar dos azulejos azuis tipicamente portugueses. Aqueles que ao longo da nossa História foram ocupando lugar nas mais variadas áreas, apresentando-se com vários desenhos e inspirando as mais variadas artes, formando estéticas e padrões diversos.
Enquanto muitos escolhiam uma tela para apresentar a sua obra, em Portugal começou-se a apostar na pintura de azulejos. No século XVIII já marcavam presença recorrente no interior de edifícios históricos. Mais tarde, no século XIX, passaram a compor sobretudo as fachadas. E recentemente, no século XX, saltaram para a arte urbana. Hoje é possível admirá-los em vários espaços públicos, além dos muitos cantos e recantos que a capital portuguesa faz por conservar – sobretudo no bairro de Alfama.
Também pelo mundo Portugal deixou a sua marca com estes pequenos quadrados pintados. No Brasil, por exemplo, temos a Igreja do Outeiro da Glória, localizada no Rio de Janeiro e onde é possível apreciar um grande painel feito com o típico azulejo azul e branco português. Já em Macau encontram-se painéis gigantes no aeroporto da cidade e também no Museu do Vinho, onde é contado todo o processo de cultivo da vinha.
Mas não são só os lugares por este mundo fora que os famosos quadrados azuis e brancos fazem questão de vestir. Também presente na moda, muitas são as peças e acessórios inspirados na arte do azulejo. O azul frio, nem claro nem escuro, mas com a força e a vivacidade típica da cidade de Lisboa, acompanhado pelo branco iluminado, marca presença em muitas coleções de moda e este ano não foi exceção.
Percorra a nossa galeria de imagens e fique a conhecer melhor um outro lado da azulejaria. Uma arte que recentemente ganhou um dia só seu.
Sim, dia 6 de maio é agora o Dia Nacional do Azulejo. A decisão foi aprovada por unanimidade em março deste ano, na Assembleia da República. A ideia partiu do PS, sendo que a data tem como objetivo celebrar e, ao mesmo tempo, alertar para a proteção e conservação de algo tão típico de Portugal. Considerado já Património Cultural, o azulejo português espera também vir a ser reconhecido como Património da Humanidade.