Um apartamento de um quarto por 700 euros por mês. Foi este o anúncio que levou a estudante Darling Duran a contactar o dono do imóvel com o propósito de arrendar o espaço. Contudo, não esperava que o único quatro disponível estava já ocupado por ele. “Ele disse-me: ‘Estou solteiro e não tenho problemas em partilhar a minha cama contigo’”, revelou a aluna em relato ao jornal The Irish Times.
Uma história que, segundo Conselho Irlandês para Estudantes Internacionais (ICOS), tem vindo a ser cada vez mais recorrente, e os dados que obteve junto de inquérito online anónimo, realizado entre setembro e outubro, traduzem esta realidade crescente. Dos 512 estudantes internacionais que responderam ao estudo, 5% das mulheres inquiridas dizem ter recebido uma oferta para alugar um quarto na Irlanda em troca de sexo ou contactaram com um anúncio que dizia isso mesmo. Também os homens, mas em menor percentagem, indicaram realidades semelhantes.
Se as propostas já existem, a realidade é ainda mais cabal, com a maioria dos estudantes a terem de partilhar quartos para baixarem as despesas, mas 14% revelou que se esperava que partilhassem a mesma cama com um estranho.
A diretora executiva do ICOS pede uma “ação legislativa urgente” para lidar com este problema crescente na Irlanda e com anúncios frequentemente disponibilizados nas redes sociais e que, por isso, escapam a supervisão e regulação. Laura Harmon diz mesmo que a estrutura que apoia estudantes internacionais disse estar “profundamente preocupada” com a prática a que apelidou “sexo de aluguer” e de esta continuar a existir. “Apesar de vários compromissos do Governo ao longo dos últimos anos para introduzir legislação para criminalizar este comportamento abominável, não foi tomada qualquer ação, permitindo a perpetuação de um fosso legal e permitindo que os predadores operem impunemente”, afirmou, citada no The Irish Times.
