Quase oito em cada dez ucranianos que fugiram à guerra querem regressar a casa

Ukrainian refugees arrive in Prague
[Fotografia EPA/MARTIN DIVISEK]

Quase 80% dos ucranianos que deixaram o seu país desde o início da invasão russa querem regressar às suas casas quando a guerra terminar, segundo um inquérito divulgado esta terça-feira, 5 de abril, pela Ukrinform, a agência estatal de notícias da Ucrânia.

De acordo com a agência ucraniana, 79,2% das pessoas que deixaram a Ucrânia planeiam regressar ao país, contra 9,9% que não consideram essa possibilidade e cerca de 10% de indecisos.

Segundo estimativas da Agência das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), desde 24 de fevereiro, quando começou a invasão pelas tropas russas, e até ao início de abril, 4,17 milhões de pessoas tinham deixado a Ucrânia. A maioria destes refugiados partiu através da Polónia, país que recebeu 2,42 milhões de pessoas, seguida da Roménia, com 635 mil, a Hungria, com 380 mil, e Eslováquia, com 300 mil.

Pelo menos 310 mil chegaram à Alemanha, segundo o Ministério do Interior deste país, que avisa, no entanto, que se trata de uma estimativa, uma vez que estas pessoas assim que entram em território da União Europeia têm liberdade de circulação e não são obrigadas a registar-se.

Os dados da Agência das Nações Unidas indicam ainda que 350 mil pessoas partiram da Ucrânia para a Rússia e outras 12 mil para a Bielorrússia.

A estes refugiados fora das fronteiras da Ucrânia juntam-se 6,5 milhões de deslocados internos, o que significa que 11 dos 44 milhões de habitantes que o país tinha antes do início da invasão deixaram as suas casas, fazendo desta a maior crise migratória desde a II Guerra Mundial

Nos últimos dias tem havido uma diminuição destas deslocações. Nas primeiras semanas após a invasão cerca de 100 mil pessoas deixaram o país diariamente, enquanto agora esse número baixou para 50 mil, de acordo com a ACNUR.

A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.430 civis, incluindo 121 crianças, e feriu 2.097, entre os quais 178 menores, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.

com Lusa