Brasil. Quase quatro mulheres assassinadas por dia e uma violação a cada nove minutos

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[Fotografia: Anete Lusina/Pexels]

Quase 700 mulheres foram vítimas de homicídio no Brasil no primeiro semestre de 2022, um número que corresponde a uma média de 3,8 por dia, segundo um estudo divulgado esta quarta-feira, 7 de dezembro, pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

As 699 mortes representam um aumento de 3,25% ao do mesmo período do ano passado, o mais elevado número de femicídios (homicídios de mulheres) é o mais elevado registado no primeiro semestre do ano desde 2019, quando esta ONG começou a fazer estas medições.

O estudo também mostrou que o número de violações de raparigas e mulheres no Brasil aumentou 4,46% no primeiro semestre deste ano, para 29.285 casos, trazendo este indicador de volta ao seu nível pré-pandémico.

Em média, de acordo com os dados do primeiro semestre, uma rapariga ou mulher é violada a cada nove minutos no Brasil.

“Os dados mostram que a violência contra as mulheres aumentou nos últimos quatro anos, ao mesmo tempo que o investimento em políticas públicas para as proteger foi deliberadamente reduzido”, disse a diretora do fórum, Samira Bueno, numa declaração.

A organização denunciou que os cinco milhões de reais (cerca de um milhão de 950 mil euros) que o Governo brasileiro investiu em 2022 em programas para combater a violência contra as mulheres representam o montante mais baixo dos últimos quatro anos.

Esta redução de recursos, denunciou Bueno, coincidiu com um período em que o Governo do líder brasileiro, Jair Bolsonaro, deu prioridade à família e desviou a atenção das mulheres como sujeitos de direitos nas políticas públicas.

Bueno salientou a necessidade de o vencedor das eleições presidenciais de outubro, Luiz Inácio Lula da Silva, oferecer alternativas a partir de 01 de janeiro, quando tomará posse, e dar prioridade às políticas públicas de prevenção e combate à violência de género.

LUSA