Nas tendências da vida em casal, com base nos dados do Instituto Nacional de Estatística, registou-se um aumento do número de casais de facto, com dois em cada dez casais a viverem em união de facto, e que “aumentou o peso relativo dos casais sem filhos no total de casais”, já que quatro em cada dez casais são casais sem filhos.
Por outro lado, diminuiu o número de casais com filhos e aumentou o número de casais recompostos a viver em união de facto. Os casais recompostos são aqueles em que há pelo menos um filho que não é comum aos dois elementos.
Os dados do INE mostraram também que nos dez anos entre 2011 e 2021 Portugal perdeu 1,3% de população residente – com os jovens a serem cada vez menos – e que a taxa de crescimento efetivo foi negativa até 2018, só contrariada a partir desse ano graças à imigração.
A partir de 2017, o crescimento migratório é positivo, mas só isso não foi suficiente para compensar a perda de população, fenómeno que só se começa a verificar a partir de 2023, ao mesmo tempo que continua a verificar-se o envelhecimento da população.
A natalidade foi afetada “fortemente” pelas duas crises durante esse período, a primeira financeira e a segunda pandémica, o que fez com que só se registasse “uma ligeira recuperação de 2015 em diante”, logo contrariada em 2020.
Segundo Susana Clemente, do INE, em 2021, a média era de 1,35 filhos por mulher em idade fértil, salientando que “as mulheres, em períodos de crise, têm filhos mais tarde”.”Os efeitos das crises afetaram os movimentos demográficos e, consequentemente, as estruturas familiares”, apontou.
LUSA