Nem todos os 49.963 alunos colocados no ensino superior na primeira vaga de acesso saírão de casa da família para estudar. Porém, muitos destes milhares de estudantes estão agora a ultimar bagagens para se estrearem numa mudança para uma nova cidade portuguesa. E se o tempo é de aventura e de arranque para quem muda de ciclo de ensino, para milhares de mães e pais é altura de readaptação a novas rotinas no lar, à partida menos exigentes, deixando o lar, ou seja “o ninho”, mais vazio.
Mas o que fazer para prevenir ou contrariar esta sensação de casa subitamente maior, que cresce com a saída dos filhos para uma nova etapa da vida? Especialista em ciência do comportamento, Julie Radlauer-Doerfle, deixa ao site Psychology Today quatro recomendações úteis que podem ser pensadas e começadas a praticar o quanto antes.
Ter um propósito para lá da educação dos filhos e gestão do lar, procurando cumprir atividades e tarefas que a façam sentir realizada e que possam ir além do dia-a-dia em casa. Por isso, Radlauer-Doerfle recomenda que sejam “definidas intenções”, devendo-se “pensar sobre como vai ser a vida quando os filhos entrarem na próxima fase”.
Num segundo ponto, a cientista do comportamento apela a que se “construam relacionamentos de qualidade”. “Ter conexões sociais é um indicador de saúde mental e física positiva. Embora a família seja importante, ter acesso a relacionamentos significativos através de amigos e crenças também é benéfico”, alerta Julie Radlauer-Doerfle.
Encontrar um papel social na comunidade “seja através da participação numa atividade comunitária, organização religiosa, envolvimento em atividades cívicas, seja pela criação de uma comunidade de familiares e amigos” é também recomendável.
Num quatro ponto, a especialista fala na importância da formação ao longo da vida, o que permite, como antecipa, “conhecer novas pessoas, expor-se a novos pontos de vista e continuar a avançar”.
Caso esteja a um ou a vários anos desta possibilidade, recomenda-se a prevenção, apostando em arrancar com atividades que a satisfaçam e que tragam também uma vida pessoal, social e psíquica capaz de a ajudar a enfrentar a nova fase.