Queda de cabelo: as verdades e os mitos que deve conhecer

A queda de cabelo é um problema com diversas origens, que afeta mulheres, homens e até crianças. Encarada muitas vezes como uma preocupação estética e não de saúde, fomos conhecer mais sobre a tricologia, ramo da medicina que estuda o cabelo, na esperança de desmistificar todos os mitos que ouvimos por aí.

Lavar o cabelo diariamente, usar chapéu, aplicar tintas capilares ou até mesmo não secar os fios capilares após o banho são alguns dos mitos mais comuns para justificar a queda de cabelo. E chamamos-lhe mitos porque é isso mesmo que são: segundo Marisa André, dermatologista especializada em tricologia, nenhuma destas afirmações está realmente na origem da queda.

O Ciclo capilar

Antes de avançarmos para a queda de cabelo e respetivas causas, importa perceber que o cabelo passa por um ciclo capilar composto por três fases, durante as quais ele cresce, regride e cai.

A primeira fase denomina-se Anagénica, e corresponde ao período de crescimento. Dura entre dois a quatro anos no homem, e entre três a seis anos na mulher. A fase que se segue é a Catagénica, que corresponde ao período de transição ou regressão, e que dura entre duas a três semanas. Por fim, ocorre a fase Telogénica, na qual o cabelo morto cai, sendo substituído por outro em fase de crescimento. Aqui, a duração média é de três meses.

Queda de cabelo

A queda de cabelo pode ser dividida em dois tipos: queda de cabelo ocasional e queda de cabelo crónica.

A queda de cabelo ocasional, conhecida por deflúvio telógeno agudo, pode ocorrer em qualquer idade, inclusive na infância, e tem várias origens, como por exemplo medicamentos, doenças sistémicas, tabaco, ansiedade, depressão, cansaço, ou mesmo dietas ou stress. Este problema é sazonal e consegue ser tratado entre seis, nove ou doze meses, estimulando o crescimento e mantendo o cabelo saudável – através de ampolas, séruns ou outros produtos.

Já a queda de cabelo crónica associa-se ao deflúvio telógeno crónico ou alpoécia androgenética, também conhecida por calvície. Esta não é uma simples queda de cabelo e deve ser encarada como uma doença, em que há uma diminuição do volume capilar e partes do couro cabeludo sem cabelo. A alpoécia androgenética é mais comum nos homens, e é normalmente provocada por questões genéticas, havendo na família dos doentes um historial de calvície ou mesmo de cabelo fino. Há tratamento para este problema, mas os fios capilares nunca mais recuperam a forma inicial.

Os champôs antiqueda resultam mesmo?

Um champô por si só não impede, nem atenua a queda de cabelo, por isso não deve ser utilizado como tratamento exclusivo para este problema. O champô deve, ao invés, funcionar como um complemento do tratamento, como explica Marisa André: “geralmente, nas doenças de cabelo fazemos sempre uma abordagem de tratamento combinado. O champô pode fazer parte desse tratamento combinado, mas de uma maneira geral não chega”.

Diagnóstico e tratamento

Antes de se traçar um diagnóstico, é necessário fazer alguns exames para confirmar qual é realmente o problema do paciente. Muitas vezes os pacientes só procuram ajudam médica quando o problema já está avançado, diminuindo as hipóteses de resolução.

É importante referir que os tratamentos para a queda de cabelo não são imediatos – na verdade demoram vários meses, consoante a gravidade do problema e as diferenças veem-se de consulta para consulta. Cada caso exige um tratamento diferente, e existem ainda poucos medicamentos específicos para o tratamento das doenças de cabelo.

Este artigo não dispensa nem substitui uma consulta com o dermatologista, mas podemos dar-lhe algumas ideias de produtos que existem no mercado, próprios para tratar a queda de cabelo. Percorra a galeria para saber quais são.

[Imagem destaque: Shutterstock]

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