Natural de Barcelona, Elsa Artadi é o braço direito do ex-presidente da Generalitat, Carles Puigdemont, e a atual porta-voz do Juntos pela Catalunha. E agora é o nome sugerido por este movimento para ser o rosto oficial do governo regional da Catalunha.
Os partidos independentistas catalães têm estado em negociações para encontrar uma solução para a investidura de Puigdemont como novo presidente do governo da Catalunha, mas ao ser cada vez mais evidente que essa nomeação não terá efeitos na ordem de prisão que pende sobre o ex-goverante há um nome que está a ser avançado para solucionar a crise. O Juntos pela Catalunha (JxCat) e Esquerda Republicana da Catalunha (ERC) pretendem avançar com a nomeação de Artadi como líder da Generalitat, criando um cargo simbólico para o ex-presidente, que se encontra neste momento fugido à justiça, em Bruxelas, e, por isso, impedido de ser investido de forma oficial. Ou seja, a solução negociada prevê que Puigdemont seja o presidente do governo a partir da capital belga e que Artadi ocupe o cargo em Espanha.
Após discussões entre partidos e até de uma proposta para alteração da lei da presidência da Generalitat, apresentada pelo JxC, para que possa ser permitida a investidura de Puigdemont à distância, o primeiro-ministro espanhol Mariano Rajoy, de acordo com informações avançadas pelo El País, anuncia que uma nomeação simbólica de Puigdemont será inconsequente, desde que a eleição dos órgãos oficiais do governo regional cumpra todas as obrigações legais.
O Governo madrileno só recorrerá ao Tribunal Constitucional, no caso de uma presidência ‘simbólica’ de Puigdemont votada no Parlamento ou se esta nomeação, levada a cabo pela Assembleia de Eleitos Independentistas, implicar gastos para o erário público. Se não houver “reconhecimento administrativo nem económico a cargo do erário público podem nomeá-lo e reconhecer-lhe quantos títulos e honras quiserem”, afirmam fontes governamentais ao jornal espanhol.
Ainda que Rajoy continue a insistir com Inés Arrimadas, líder catalã do Ciudadanos, para que apresente uma candidatura à investidura, o governo do PP não levantará obstáculos à nomeação de Artadi.
Licenciada pela Universidade de Pompeu Fabra, em Barcelona, Espanha, Elsa Artadi, de 41 anos, é doutorada em economia pela Universidade de Harvard. Deu aulas na Universidade de Bocconi, em Milão, durante cinco anos, e foi assessora do Fórum Económico de Davos e do Banco Mundial.
Começou a trabalhar na Generalitat como assessora do Ministério da Economia, em 2011, num mandato que se destacou pela aplicação de inúmeros cortes nas despesas sociais. Posteriormente, foi nomeada diretora geral de impostos e, em 2015, eleita como secretária das Finanças. Mais tarde, a economista acabou por trocou o cargo para ocupar a função de diretora geral de Coordenação Interdepartamental (dos vários ‘ministérios’) do governo catalão.
Filiada somente no PDECatPartido – Democrático e Europeu da Catalunha, de Puigdemont, em 2016, Elsa Artadi foi nomeada porta-voz do grupo parlamentar do Partido Democrata Europeu Catalã, depois da ida de Carles Puigdemont para Bruxelas, no final de outubro do ano passado. A deputada, ‘voz’ do ex-presidente da Generalitat em Barcelona deste então, foi diretora da campanha eleitoral da coligação JxC nas eleições de dezembro passado.
Caso a solução independentista vá para a frente, Artadi será a primeira President do Governo da Catalunha em mais de 600 anos de história desta posição governativa.
Imagem de destaque: Twitter Elsa Artadi
Perfil: Quem é a mulher escolhida por Rajoy para assumir a Catalunha
