Quer que os seus filhos durmam a noite toda? Estão aqui cinco dicas

A maioria de nós só percebe o que é “não dormir bem” depois de ter um filho, conta Filipa Sommerfeldt Fernandes, uma ex-jornalista que se tornou especialista em sono infantil. Por isso é que o sono é o ‘bicho papão’ dos pais. “Mas acima de tudo porque dormir é essencial para nos sentirmos bem, para termos energia, para sermos pacientes”, acrescenta e ao mesmo tempo deixa cinco conselhos aos pais para os bebés e crianças pequenas dormirem melhor (veja na galeria de imagens acima).

“Despertar várias vezes por noite durante meses ou anos, lidar com birras diárias no processo de ir para a cama, estar mais de uma hora para adormecer um bebé todos os dias pode ser exasperante. E o pior, torna normalmente os nossos filhos em crianças mais exigentes, mais rabugentas e menos tolerantes”, explica Filipa. “E isto acaba por influenciar de forma avassaladora a harmonia familiar.”

“Conheci mães que tiveram acidentes de carro por adormecerem ao volante; mães que têm ataques de pânico quando começa a escurecer.”

O sono ainda é muito desvalorizado e “as pessoas tendem a achar” que quem é mãe tem de aguentar os dramas por não dormirem. “Conheci mães que tiveram acidentes de carro por adormecerem ao volante; mães que têm ataques de pânico quando começa a escurecer; mães que passaram a tomar medicação para depressão e/ou ansiedade; pais que perdem o cabelo pelo stress; casais que se separaram.” Estes são alguns dos casos marcantes de pessoas que procuraram a ajuda de Filipa Sommerfeldt Fernandes, para muitos, a fada do sono. “Oiço muitas vezes mães dizerem-me que nem se lembram dos primeiros meses de vida dos filhos. Isso para mim é marcante. E muito triste.”

Autora dos livros ’10 dias para ensinar o seu filho a dormir’, da Esfera dos Livros, e ’10 histórias para adormecer sem medos nem birras’, da Editora Manuscrito, conta que a sua vida profissional mudou com a experiência enquanto mãe. “Passei por algo parecido ao que muitas das mães que me procuram passam e quando procurei ajuda só encontrei opções que não me serviam – ou deixava o meu bebé chorar sozinho num quarto ou aceitaria que tudo passa e tentaria dormir com ele”, começa por contar. “Como ele nunca conseguiu dormir bem connosco nem nós com ele, chegaram a recomendar-me dormir no chão do quarto dele ao lado do berço. Achei que deveria haver outras opções. E foi por isso que decidi estudar o sono dos bebés. A evolução para o que faço hoje não foi pensada. Simplesmente aconteceu.”

Filipa Sommerfeldt Fernandes decidiu abrir a página Sleepy Time no Facebook e, em apenas uma semana, recebeu tantas mensagens de mães aflitas que não poderia deixar de lhes dar resposta. “Daí a passar horas em centros de saúde para ouvir as ‘queixas’, a visitar pessoas em casa até começar efetivamente a fazer consultas foi um caminho natural. E a “escolha” de mudança de vida deu-se quase sem eu dar por isso.”