Quer saber até que idade vai viver? Olhe para os seus pais

Quer saber até que idade vai viver? Olhe para os seus pais

Filhos de pais que viveram até depois dos 70 anos têm menos propensão do que os outros para morrer de doença cardíaca. É o que defende um estudo britânico recente.

“Descobrimos que, por cada progenitor que viveu para lá dos 70 anos, os participantes [no estudo] tinham menos 20% de probabilidade de morrer de doença cardíaca”, explica o co-autor da investigação Luke Pilling, especialista em epidemiologia e saúde pública na Universidade de Medicina de Exeter.

Os investigadores descobriram que os filhos de pais que viveram até mais tarde tinham menor incidência de doenças vasculares, insuficiência cardíaca, derrame cerebral, pressão arterial alta e colesterol elevado. Acontece que se este for o seu caso, saiba também que esta não pode ser uma desculpa para cometer ‘pecados’. Pelo contrário, as nossas escolhas alimentares e de estilo de vida podem reverter esta tendência, adverte Luke Pilling.

“Embora as pessoas que tenham pais com vidas mais longas sejam mais propensas a viver também durante mais anos, existem muitas formas daqueles cujos pais morreram mais cedo poderem melhorar a sua saúde. Na verdade, as pessoas podem ser donas da sua própria saúde”, acrescenta o investigador.

Por seu turno, o especialista dinamarquês Kaare Christensen, da Universidade do Sul da Dinamarca, considera que a correlação entre a saúde dos pais e dos filhos é muito ténue. Ele considera que “há muito espaço para melhorias”.

O objetivo da equipa britânica para este estudo, que envolveu 186 mil britânicos com idades entre os 55 e os 73 anos já com os pais falecidos, era descobrir a razão para algumas pessoas desenvolvem doença cardíaca por volta dos 60 anos e outras não. “O nosso objetivo foi encontrar os fatores que influenciam a saúde e a esperança de vida da prole – os que são transmitidos de pais para filhos”, justifica Pilling.

Nas sociedades atuais, viver para lá dos 70 anos já é comum, mas os cientistas puderam concluir com o estudo, publicado no ‘Journal of the American College of Cardiology’, que “os hábitos saudáveis de vida tendem a agrupar-se por famílias”.