Querido, chega para lá, chegou o Nate !

O melhor amigo da Oprah é um dos mais distintos decoradores do mundo. E pode vê-lo já a partir do dia 24 de julho no “Nate e Jeremiah By Design”, um novo programa do canal TLC, tipo o Querido Mudei a Casa.

Nate Berkus é há muito tempo um excelente designer de interiores, mas tornou-se universalmente conhecido quando Oprah fez dele uma espécie de protegido e o começou a apresentar regularmente no seu programa. Ao contrário de outros, Nate singrou certinho pela vida e tem agora este seu novo programa, que apresenta com o seu marido. E isto é um grande chamariz, não é? Podemos ser hip e fashion e progressistas e moderninhos, mas quando ouvimos que um homem tem um programa que apresenta com o seu marido ainda soam campainhas que nos fazem programar a box para gravar aquilo naquele dia e naquela hora.

Tentámos falar via telefone mas o satélite devia estar sobre Cabul e a coisa não correu bem. Demorou mais um dia mas valeu a pena, eu prefiro literário que “espero apanhar-te na curva” como faz tanta imprensa hoje em dia: pode ser melhor para as audiências, mas é tanto pior para quem quer saber mesmo as coisas como elas são.

E agora fala Nate.

Como é que acabou por se tornar designer de interiores? Comecei a minha carreira como leiloeiro em Chicago, mais que vendendo, aprendendo sobre as artes decorativas, sempre fui fascinado por mobiliário, porcelana e tudo à volta. Comecei a minha empresa de design com 24 anos e tive a sorte de estar no sitio certo na hora certa. Hoje em dia temos projetos desde a Flórida até Milão.

Uma vez que decorar a sua própria casa pode ser um tão grande prazer, porque acha que tanta gente recorre a um decorador? Um designer tem sempre melhores recursos; e tem a experiência de já o ter feito muitas vezes antes, um sentido de escala e, se for um bom designer, oferece a garantia de qualidade.

Como descreveria o seu próprio estilo e estética? Muito muito europeu. Vivi em França durante dois anos e isso mudou a minha forma de ver o design de interiores. Penso que o melhor espaço é aquele que espelha, profundamente, a personalidade de quem o habita e que o foi decorando ao longo do tempo. Por isso uso imensas antiguidades, coisas vintage e materiais descartados.

Quando desenha um espaço para outros fá-lo como se fosse para si? Nunca. A casa deve sempre representar quem lá vive. É essa a razão porque neste novo programa, o “Nate e Jeremiah By Design”, todos os espaços mudam radicalmente semana após semana.

Segue tendências? Não. Penso que é preciso estar atento às vagas e modas do design, mas as tendências são desenhadas apenas para vender coisas às pessoas, fazendo-as sentirem-se mal por ainda não terem aquilo – é o que penso.

Há diferenças entre trabalhar sozinho e trabalhar com o seu parceiro de vida? Ou a vida mete-se pelo meio? É definitivamente diferente! Tem mesmo que se gostar muito do marido para conseguirmos trabalhar juntos todo o dia, num processo criativo intenso, e no fim do dia voltarmos, juntos, para sermos pais de uma criança de 2 anos.

A propósito da sua filha Poppy, é diferente decorar espaços infantis? Ou pode ser na mesma boa decoração? As minhas prioridades sempre foram Pessoas, Animais e só depois Coisas. Dito isto, já não temos em casa mesas de vidro, e como vivemos em Los Angeles, por causa dos terramotos, temos toda a mobília grande presa às paredes.

O que devo comprar este verão para ter uma casa a la mode? Alguns tecidos vintage transformados em almofadas, ou os vossos belos azulejos portugueses a fazerem o tampo de uma mesa.

Pode desvendar um pouco o véu sobre este programa a estrear a 24 de julho? Como fará a diferença? Vai apresentar o verdadeiro poder que o design pode encerrar, como nos pode fazer mais felizes e melhores pessoas. Mostrará como uma casa pode fazer sorrir o coração, quando se levanta para nos saudar, e como conta a história do habitante através de coisas belas.

Agora o Nate responde mais rápido.

O que tem sempre que haver num seu espaço? Um cão.

E o que nunca pode lá entrar? Qualquer outro bicho.

A sua melhor qualidade? Empatia

A sua mais terrível falha? Impaciência.

O que o faz sorrir? A minha família.

O que o aborrece profundamente? Desorganização.

O que faz sempre que pode? Viajo.

Se mandasse no mundo o que decretaria já? Direitos e proteção iguais para toda a gente.

Quem convidaria para o jantar perfeito? Os Obamas.