(Veja na galeria acima a evolução da socialite Kim Kardashian, uma das mulheres cujos glúteos são mais cobiçados)
Luiz Toledo é um dos cirurgiões plásticos do momento e um dos mais reputados a nível mundial, na sua área. É brasileiro, tem uma clínica no Dubai e prepara-se agora para lançar um espaço em Lisboa e outro em Cascais, um para consultas e outro para intervenções cirúrgicas.
Atualmente, é um dos principais especialistas mundiais em lipoescultura, uma técnica que combina aspiração de gordura localizada com enxerto de gordura, para melhorar o contorno da face e do corpo. Ele é, inclusive, conhecido no mundo da cirurgia plástica como sendo o criador da técnica para aumentar as nádegas, mais conhecida como BBL ou Brazilian Buttock Lift. Em vésperas de se lançar em Portugal, respondeu às nossas perguntas.
O que é que as mulheres mais procuram quando se dirigem aos seus consultórios?
Eu costumo dizer que quando você se olha no espelho e não gosta do que vê, quando a imagem refletida não é a que você tem de você, chegou a hora de procurar melhorar através da cirurgia plástica. Às vezes são apenas pequenos ajustes da imagem, pequenas modificações que podem ser feitas em consultório sob anestesia local, ou mesmo sem necessidade de anestesia. Outras vezes a mudança precisa ser mais radical para que você recupere a sua auto-imagem e volte a gostar de si.
O que sente que mais as incomoda e querem mudar?
Os motivos da consulta variam muito de acordo com a idade de cada paciente. Jovens procuram uma forma melhor do nariz, ou a retirada de um “papinho”. A partir dos 20 ou 30 anos, mulheres se preocupam com a forma dos seios e gorduras localizadas. A partir dos 40 começam a se preocupar com rejuvenescimento. Há desde pequenas infiltrações de Botox para suavizar as rugas, preenchimento de sulcos e depressões até ao facelift, que pode retirar de cinco a 10 anos da aparência. Depois que terminam de ter filhos vem o “mummy makeover” uma técnica que combina cirurgia plástica do abdómen, para dar mais firmeza na musculatura e retirar o excesso de pele, com a técnica para levantar ou diminuir os seios, que ficaram alterados com a amamentação. Os homens procuram muito a lipoaspiração e a ginecomastia, técnica para retirar o excesso de mamas masculinas.
A BBL é uma das suas técnicas mais afamadas. Continua a ser a mais requisitada?
É uma das mais procuradas. Quando começamos a usar o BBL em 1985 as brasileiras sentiram ser uma técnica que vinha de encontro aos seus desejos de ter um corpo mais definido, como começou a ser moda nos anos 80. Quando me mudei para o Dubai há 12 anos introduzi a técnica no Oriente Médio e as mulheres árabes gostaram muito e passei a ser requisitado para operar em vários países do Golfo. Agora vamos ver se as portuguesas se importam com esse detalhe da anatomia.
Sendo a lipoesculturauma (BBL) a cirurgia através da qual se retira a “gordura indesejada”, por exemplo, da barriga, para colocar noutros locais, os seus resultados duram ou não menos do que outros tipos de implantes?
Uma vez que a gordura foi implantada em novo local há sempre uma reabsorção parcial, de cerca de 40 a 50%. O restante que fica é gordura viva, que fica para sempre. Quando você ganha peso, ela fica maior, se perde peso, menos. Quando se coloca um implante o volume colocado é fixo. Não há absorção. Mas implantes não são também definitivos e alguns precisam ser trocados a cada dez anos.
é impossível ter os glúteos da Kim Kardashian. Eles são só dela. O que se pode fazer é analisar a quantidade de gordura disponível para implante, combinar o enxerto com lipoaspiração e obter uma forma “parecida”
Em quem é que as mulheres mais se inspiram quando lhe fazem os seus pedidos?
Isso varia muito. Varia de país para país, varia de acordo com o nível social do paciente e com o sentido de estética de cada um. Você sabe que vai ter problemas se uma paciente trás uma foto de uma celebridade e diz que quer ficar igual a ela. Isso é impossível. Não podemos transformar uma pessoa em outra. Podemos apenas retirar defeitos e melhorar a estética. Quando trazem recortes de revistas eu uso como base, para ter uma ideia do que o paciente almeja. É só.
Quanto custa ter uns “glúteos à Kim Kardashian”?
De novo, é impossível ter os glúteos da Kim Kardashian. Eles são só dela. O que se pode fazer é analisar a quantidade de gordura disponível para implante, combinar o enxerto com lipoaspiração e obter uma forma “parecida” com o objetivo. Quanto ao preço ele varia de acordo com várias coisas e não acho bom colocar preços em técnica cirúrgica como se fossem produto em um supermercado. O paciente interessado deverá fazer uma consulta, ser examinado e, de acordo com o que deve ser feito, saberá o preço.
Algumas pessoas têm o sonho de se parecer com outras. Ter o nariz, barriga, lábios igual a uma celebridade, por exemplo. A cirurgia plástica pode proporcionar este desejo, tal e qual como as pessoas o idealizam? Já teve que dizer a alguma paciente que a cirurgia que idealizou não é possível?
Como expliquei, às vezes o que o paciente quer e o que o médico pode fazer são coisas diferentes. Como conciliar as duas visões? Tenho um programa de computador em que eu modifico as fotos do paciente, de acordo com a técnica que vou conseguir fazer. Se o paciente fica satisfeito com o resultado seguimos adiante com a cirurgia. Se não, cancelamos. Já recusei operar diversos pacientes.
Notícias recentes associam o aumento de nádegas brasileiro a uma taxa de mortalidade elevada. Que comentário lhe merece?
É verdade. Tenho usado essa técnica há mais de 30 anos com muita segurança e já a ensinei a gerações de cirurgiões plásticos em diversos congressos e cirurgias demonstrativas ao redor do mudo. O que ocorre é que em diversos países não é legalmente preciso ter uma formação especializada em cirurgia plástica para realizar qualquer procedimento. O médico sai da faculdade e se quiser fazer cirurgia cardíaca, não há lei que o impeça. O resultado é que alguns médicos começaram a praticar a técnica sem o devido treino, injetando gordura dentro dos vasos sanguíneos da região glútea, provocando embolias e morte. Foi criada uma Task Force nos Estados Unidos entre as duas sociedades de cirurgia plástica mais importantes, a ASPS e a ASAPS, sociedades nas quais dei aulas por mais de 15 anos. Disso resultou um comunicado recente estabelecendo os limites em que a técnica deve ser empregada”.
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