O acidente de automóvel que o Duque de Edimburgo, de 97 anos, teve na semana passada, ao capotar com o seu Range Rover, tem colocado os hábitos de condução da família real britânica nas bocas do mundo. Até porque a rainha Isabel II, de 92 anos, é a única pessoa no Reino Unido que pode conduzir mesmo sem ter carta de condução.
A monarca aprendeu a conduzir durante a II Guerra Mundial. Nessa altura fez parte do Serviço Territorial Auxiliar para Mulheres das Forças Armadas e, entre as suas tarefas, estavam a reparação de motores de veículos, substituição de pneus e condução de ambulâncias e camiões. Tudo funções que, na época, ainda eram maioritariamente masculinas.
No entanto, apesar de ter de conduzir, Isabel II nunca teve de tirar a carta porque este é um dos seus inúmeros privilégios enquanto rainha. E, até agora, ninguém teve razões de queixa da destreza da avó de William e Harry para sentar atrás do volante.
Em 1998, a monarca recebeu no Reino Unido Abdullah, rei da Arábia Saudita na altura, e levou-o a passear de carro (percorra a galeria de imagens no topo do texto para ver fotografias da vida de Isabel II).
“O nervosismo de Abdullah aumentou quando a rainha acelerou ao longo das estradas estreitas da Escócia”
“De acordo com o protocolo, o príncipe herdeiro sentou-se no banco da frente do Land Rover, tendo o seu intérprete ficado no banco de trás. Para sua surpresa, a rainha sentou-se no banco do motorista, ligou a ignição e partiu. Na altura, as mulheres ainda estavam proibidas de conduzir na Arábia Saudita e, por isso, o príncipe Abdullah não estava habituado a ser conduzido por uma mulher, muito menos por uma rainha”, revelou Sherard Cowper-Coles, ex-embaixador britânico, ao Sunday Times.
O à vontade da rainha ao volante até deixou o antigo rei da Arábia Saudita com os nervos em franja.
“O nervosismo de Abdullah aumentou quando a rainha acelerou ao longo das estradas estreitas da Escócia, conversando durante todo o tempo. Através do intérprete, o príncipe herdeiro implorou à rainha que baixasse a velocidade e se concentrasse na estrada”, contou o ex-embaixador britânico.
Não é habitual ver Isabel II a conduzir em compromissos públicos devido ao protocolo, que dita que a rainha tem de ter motorista para esse tipo de situações, por questões de segurança.
“Para uma entrada ou saída rápida do veículo, por exemplo, é mais fácil também que as pessoas não estejam amarradas com cintos“, explicou Simon Morgan, antigo responsável pela segurança real, à Hello Magazine.
Ainda assim, a monarca não abdica de conduzir, perto das propriedades da família real ou em eventos privados, os Land Rover, Range Rover, Bentley ou Jaguar que tem na garagem.