Raparigas começam a sexualidade mais tarde e têm menos parceiros

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[Fotografia: Pexels/Edward Eyer]

Um estudo da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP), que analisa a sexualidade dos 16 aos 24 anos, indica que as raparigas tiveram a sua primeira relação sexual aos 16,7 anos, mais tarde do que os rapazes, que apontam para uma idade média de 16,2 anos, com 22% a iniciar vida sexual ativa antes dos 16 anos. A média de parceiros sexuais foi de 2,2 no período de um ano, sendo esta média mais alta nos adolescentes e jovens do sexo masculino.

“Os nossos resultados mostram que a educação sexual deve chegar aos adolescentes antes dos 14 anos, antes da sua primeira relação sexual. As estratégias preventivas devem atingir particularmente os rapazes, tendo em conta que estes começam a sua vida sexual mais precocemente [do que as raparigas] e têm mais parceiros sexuais”, lê-se nas conclusões do estudo divulgado esta quarta-feira, 14 de dezembro, pela FMUP.

Para realizar este estudo, uma equipa liderada pelo professor da FMUP Paulo Santos e pelo estudante de doutoramento Carlos Franclim Silva entrevistou 746 jovens residentes em Paredes, distrito do Porto, com idades entre os 14 e 24 anos.

De acordo com os investigadores, 51% dos adolescentes e jovens adultos entre os 16 e os 24 anos de idade responderam que são sexualmente ativos.

Ainda segundo este estudo, os adolescentes e jovens tendem a considerar como “adequados” os seus conhecimentos sobre doenças sexualmente transmissíveis (DST), sobretudo no que respeita à infeção VIH/SIDA, HPV, bem como herpes genital. O grau de conhecimento revela-se menor em relação à clamídia, à tricomoníase e à gonorreia.

De uma forma geral, os adolescentes e os jovens sexualmente ativos estão mais bem informados sobre as DST.

“A fonte de informação varia ao longo do tempo entre os pais, os amigos, os professores e os médicos, sendo importante perceber este contexto para uma educação para a saúde mais eficiente, aproveitando o melhor veículo de informação em cada momento. Não obstante, os professores e os médicos devem desempenhar um papel mais visível”, lê-se na informação remetida à Lusa pela FMUP.

Neste sentido, os investigadores apelam a que “os profissionais saiam das instituições de saúde para ir ter com os adolescentes, tirando partido do ambiente familiar e das salas de aula”.

“Ajudando, por exemplo, a promover o acesso aos cuidados de saúde primários, quando necessário“, concluem.

Publicado no International Journal of Environmental Research and Public Health, este estudo foi realizado por Paulo Santos, Carlos Franclim Silva, bem como pelos investigadores Luísa Sá e Daniel Beirão, numa parceria FMUP e Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde (CINTESIS).

No artigo publicado neste jornal científico lê-se que é o primeiro estudo a basear-se numa amostra de base populacional, em vez de usar as escolas ou instituições.

LUSA