Só falta a Educação Física. Raparigas são melhores alunas em tudo o resto

educação

As raparigas têm mais sucesso escolar que os rapazes. Segundo os dados da Direção-Geral de Estatística de Educação e Ciência (DGEEC), que analisou o percurso dos alunos ao longo do 3.º ciclo e do secundário, no ano letivo 2014/2015, os estudantes do sexo feminino têm melhores resultados que os do sexo masculino. A maioria das raparigas, 51%, teve um percurso de sucesso contra 41% dos rapazes. No secundário, apesar do insucesso escolar subir, as alunas continuam a ter melhores resultados que os alunos, 47% contra 37%, respetivamente.

“Em termos de resultados da nossa análise, e começando pela percentagem de alunos com classificação negativa na disciplina, constata-se que os desempenhos escolares das raparigas são bastante superiores aos desempenhos dos rapazes em praticamente todas as disciplinas consideradas, apenas com a exceção de Educação Física. À parte esta única disciplina, e estejamos a falar de Matemática ou de Inglês, de Ciências Naturais ou de Educação Visual, de alunos do 7.º, do 8.º ou do 9.º ano, a percentagem de rapazes com aproveitamento insuficiente à disciplina é sempre superior à percentagem de raparigas na mesma situação. O fosso entre rapazes e raparigas é particularmente largo nas disciplinas de Português e de Língua Estrangeira II”, referem as conclusões do estudo DGEEC, concluído em novembro de 2017 e apresentado esta quinta-feira, 11 de janeiro.

Menos insucesso e melhores alunas

As raparigas não só apresentam menos insucesso escolar, como obtêm melhores classificações, nota o estudo. Na percentagem de alunos com classificação final de 4 ou de 5 à disciplina, o desempenho das alunas é, de um modo geral, superior ao dos rapazes. “Não só existem menos raparigas do que rapazes com dificuldades escolares nas várias disciplinas, como também o número de ‘bons alunos’ é superior entre as raparigas.”

A única exceção continua a ser a disciplina de Educação Física, na qual mais rapazes do que raparigas obtêm classificações de 4 ou de 5. Nas restantes, a percentagem de “raparigas com classificações elevadas é sempre superior à percentagem análoga de rapazes”. As disciplinas onde são mais notórias as diferenças de género são Língua Estrangeira II, TIC, Português e Educação Visual.

 

Apesar dessa superioridade feminina em termos de resultados, o estudo do Ministério da Educação ressalva que as diferenças entre as classificações médias das raparigas e dos rapazes aparentam ser mais acentuadas nas avaliações internas, como as aqui apresentadas, e um pouco menos acentuadas nas classificações em sede de avaliação externa, como os exames ou as provas nacionais ou internacionais ou nos relatórios estatísticos do PISA.

Menos chumbos

Apesar das diferenças entre os géneros, no geral, os alunos do 3.º ciclo e do secundário estão a chumbar menos e a obter melhores notas nos exames nacionais.

Segundo referido pela agência Lusa, no final do ano letivo passado, 46% dos alunos terminaram o 9.º ano sem chumbos nem negativas nos exames, o que revela um aumento de seis pontos percentuais em relação ao ano anterior. No secundário também se registou uma melhoria de resultados, com 42% dos alunos a terminar o 12.º ano com um percurso de sucesso (mais cinco pontos percentuais em relação ao ano anterior).

Em termos de distribuição territorial é nos distritos de Coimbra e Braga que se verificam os melhor resultados do 3º. Ciclo: pelo menos, metade dos alunos do básico consegue ter um percurso de sucesso, com 57% e 50% dos alunos respetivamente.

Alunos portugueses melhoram os resultados