Reduzir o consumo de redes sociais melhora a imagem corporal dos adolescentes

pexels-lisa-fotios-1092671 (1)
[Fotografia: Pexels]

Adolescentes e jovens adultos sentem-se melhor com o seu peso e aparência quando reduzem por metade o consumo das redes sociais durante três semanas. A conclusão chega de um estudo feito em parceria com a American Psychological Association.

“A adolescência é um período vulnerável para o desenvolvimento de problemas de imagem corporal, distúrbios alimentares e doenças mentais”, referiu o principal autor do estudo, o médico Gary Goldfield, do Children’s Hospital of Eastern Ontario Research Institute, no Canadá, em comunicado de imprensa.

Os jovens estão a gastar, em média, seis a oito horas por dia nos ecrãs, grande parte nas redes sociais. As plataformas sociais podem expor os utilizadores a centenas ou até milhares de imagens e fotos todos os dias, incluindo as de celebridades e modelos de moda ou fitness, o que sabemos levar a uma internalização de ideais de beleza inatingíveis para quase todos, que resulta numa maior insatisfação com o corpo, peso e forma”, continuou.

Em 220 estudantes do ensino superior com idades compreendidas entre os 17 e os 25 anos, foram escolhidos para o estudo os que apresentavam sinais de depressão ou ansiedade e os que usavam redes sociais pelo menos duas horas por dia pela equipa de cientistas, sendo que 76% eram mulheres, 23% eram homens e 1% identificou-se como “outros”.

Primeiro, os participantes foram solicitados a classificar, de um a cinco, como se sentiam com a sua aparência. De seguida, responderam a perguntas como “estou muito feliz com a minha aparência” e “estou satisfeito com o meu peso” numa escala de “sempre” a “nunca”.

Na primeira semana, todos usaram as redes sociais normalmente. Passado esse período de tempo, metade do tempo usado pelos participantes nas redes sociais foi reduzido para 60 minutos por dia enquanto a outra metade continuou a usar as aplicações de forma ilimitada, numa média de 188 minutos diários.

Nas três semanas que se seguiram, os inquiridos classificaram novamente a sua satisfação corporal, e os investigadores descobriram que a autoimagem do primeiro grupo tinha melhorado bastante ao reduzir o consumo de redes sociais para uma média de 78 minutos por dia. Já para o outro grupo não houve alterações, tendo despendido, em média, 188 minutos a conversar e a navegar nas plataformas sociais.

“Reduzir o consumo das redes sociais é um método viável de produzir um efeito positivo a curto prazo na imagem corporal entre uma população vulnerável de utilizadores e deve ser avaliado como um componente potencial no tratamento de distúrbios relacionados à imagem corporal”, concluiu o principal autor do estudo, Gary Goldfield.

Embora a investigação atual tenha mostrado que a redução do uso de plataformas sociais produz melhorias significativas na aparência e na autoestima de jovens angustiados, a equipa de cientistas está a realizar um estudo maior para verificar se a redução no consumo das redes sociais pode ser mantida por períodos mais longos e se pode levar a maiores benefícios psicológicos.