Regresso à escola e convívio com os avós? Graça Freitas define precauções

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[Fotografia: iStock]

A diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, recomendou que no regresso às aulas presenciais todos respeitem as regras de proteção contra a Covid-19, dizendo que, se assim for, o risco de voltar à escola é o mesmo que o de viver em comunidade.

“Nós vamos recomendar que o regresso às aulas seja feito de forma ordeira e respeitando as regras. Já sabemos todos as regras que nos permitem minimizar o risco de infeção, que passa por evitar ao máximo a transmissão direta através de gotículas, e a transmissão indireta através das superfícies”, afirmou Graça Freitas na conferência de imprensa diária sobre a pandemia de covid-19 em Portugal.

“Devemos voltar às aulas com toda a confiança desde que se garanta que todos, educadores, alunos, docentes, funcionários, contribuam para o esforço de nos mantermos afastados, manter a etiqueta respiratória, usar máscara, fazer a higiene das mãos e evitar convívios frente a frente e de perto”, sublinhou. Para Graça Freitas, caso todas as regras e instruções sejam observadas, “o risco de voltar para a escola é o mesmo que o de viver em comunidade”. “Não há motivo para que os pais não deixem os seus filhos ir à escola”, sustentou.

Ainda na mesma conferência, a responsável abordou o eventual encontro de avós e netos neste processo de desconfinamento. Temos de pensar que tipo de avós estamos a falar”, contemporizou. “Há avós jovens, sem fatores de risco, e aí a convivência não envolve nenhum risco acrescido para uma população mais vulnerável”, vincou. Já em “idade mais avançada [considerando-se acima dos 70 anos]” e/ou “patologia associada”, Graça Freitas lembra que “têm de ser observadas precauções” porque “se forem vulneráveis devem ser protegidos”.

Mais uma vez, a diretora-geral de Saúde lembrou que a sociedade terá de se habituar a viver com a nova realidade decorrente da existência de um novo coronavírus. “Foi a natureza que decidiu lançar um novo vírus que infeta a espécie humana e nós vamos ter de viver com ele nos próximos anos”, afirmou.

Assumindo perante a “comunidade educativa que o regresso às aulas está a ser ponderado para garantir a segurança de todos”, Graça Freitas lembrou, contudo, que não há risco zero em nada.

“Obviamente não há risco zero em nada, nem na nossa vida social, laboral ou de relação, mas o que estamos a fazer é um conjunto de regras para minimizar os riscos e essas regras estão dependentes de várias coisas: as condições do edificado, dos equipamentos, da organização das aulas, do tipo de contactos entre os alunos e dos espaços”.
A juntar a esta organização do espaço escolar e da desinfeção de superfícies, há outro grande grupo de medidas relacionadas com o comportamento dos intervenientes.
“Um jovem tanto pode ter um comportamento seguro fora do ambiente escolar como dentro da escola”, sublinhou. Os alunos dos 11.º e 12.º anos vão regressar às escolas no dia 18, depois de quase dois meses com ensino à distância devido à pandemia de covid-19.

O Ministério da Educação recomenda que sejam criados horários desfasados entre as turmas e que as salas utilizadas sejam distantes umas das outras, evitando ao máximo a concentração de pessoas e ainda que o tempo dos intervalos seja reduzido.

CB com Lusa