O fim da relação pode ser o fim da privacidade

Porque quem ama confia, muitos são os casais que, além da troca de mensagens picantes, fotografias de nus e de vídeos íntimos, partilham códigos privados como palavras-passe de redes sociais, PINs de desbloqueio de telemóvel ou impressões digitais – 70% dos casais fazem-no, de acordo com um novo estudo. Mas quando o amor acaba, o acesso a contas e a imagens pessoais pode colocar em risco a privacidade.

De acordo com uma investigação global, revelada este mês e elaborada pela empresa de softwares de segurança Internet Kaspersky Lab e pelo site de inquéritos e teste de produtos Toluna: 70% dos casais admite partilhar palavras-passe, PINs ou impressões digitais de dispositivos pessoais. E 21% das pessoas admitiu já ter espiado o ex-namorado/a através de uma conta online a que tinha acesso.

O fim de uma relação parece aguçar a curiosidade sobre a vida do outro, sobretudo no sexo feminino: 33% das mulheres admitiu continuar a espiar os ex-parceiros através das redes sociais, enquanto 28% dos homens disse fazê-lo.

Mas são eles que têm mais tendência para partilhar publicamente informações privadas como forma de vingança: 17%, contra 7% do sexo feminino. As mulheres tendem a eliminar fotografias ou vídeos íntimos dos ex-namorados após o final da relação, 55% em comparação com 48% dos homens.

Uma em cada dez pessoas admitiu ter gasto dinheiro do ex-parceiro online

O mundo digital é uma ótima forma de os casais se manterem conectados, mas também apresenta riscos significativos de privacidade caso decidam terminar a relação,” afirma em comunicado Andrei Mochola, Diretor de Consumer Business na Kaspersky Lab.

Imagens que um dia serviram para apimentar a relação, rapidamente podem ser a arma perfeita para a vingança. Tarefa fácil quando 26% das pessoas tem algum tipo de conteúdo íntimo – mensagens íntimas (14%); fotografias de nus (12%) e vídeos íntimos (11%) – nos dispositivos do parceiro.

O estudo realizado indica ainda que 12% das pessoas confessou ter partilhado publicamente imagens privadas dos ex-parceiros ou ter tido a intenção de o fazer como ato de vingança; 12% afirmou ter danificado o dispositivo do ex ou ter pensado nisso; e uma em cada dez pessoas (10%) admitiu ter gasto dinheiro do ex-parceiro online.

Ficar sem o controlo do conteúdo íntimo e vê-lo tornar-se público tem sido uma realidade vivida por algumas celebridades. Umas vítimas de ataque cibernético, outras de ex-namorados que partilharam imagens íntimas – é o caso da cantora Adele que em 2016 viu o seu ex-parceiro tornar públicas fotografias que queria manter privadas.

Embora não apague as imagens, íntimas e comprometedoras, que existem no telemóvel do ex, mudar as passwords evitaria que o outro continuasse a ter acesso e controlo sobre as redes sociais, os e-mails e até, por vezes, dados financeiros. Mas essa alteração nem sempre acontece. “As pessoas devem garantir em primeiro lugar que são cuidadosas quando partilham qualquer informação sua e, em segundo, que sabem exatamente onde esta vai ser armazenada. Há sempre a hipótese de um acordo pré-nupcial digital para determinar a ‘custódia’ da informação antes que esta se torne um problema de privacidade”, alerta Andrei Mochola.

Percorra a galeria de imagens para conhecer algumas das famosas que já tiveram fotografias íntimas a circular na internet.

[Imagem de destaque: Shutterstock]

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