“Repetem-se demasiadas vezes as agressões a trabalhadores da RTP”

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jnlx090205ar16 edificio da rtp na av. marechal gomes da costa, lisboa ana rivera

A Comissão de Trabalhadores (CT) da RTP quer “que sejam apuradas responsabilidades até às últimas consequências” da agressão física e verbal a uma equipa de jornalistas da estação pública de rádio e televisão junto a uma escola em Chelas, em Lisboa, esta quinta-feira. “A CT vai exigir junto do Conselho de Administração [CA] que a RTP se constitua assistente no processo-crime, que decerto se seguirá e que proceda depois ao respetivo processo cível. Esperamos que sejam apuradas responsabilidades até às últimas consequências. Até ao fim. Se o CA não o fizer, fá-lo-emos nós, os trabalhadores”, lê-se em comunicado.

Na nota, a CT denuncia que as agressões a trabalhadores da RTP “quer verbalmente, quer fisicamente repetem-se demasiadas vezes” e que “seja por questões políticas ou pela demagogia com que os assuntos da RTP são tratados, hoje, sair à rua num carro com a marca RTP é um risco”. “Em Portugal, claques desportivas, juventudes partidárias, presidente de clubes, autarcas, idiotas e criminosos escolhem sistematicamente os trabalhadores desta empresa para descarregar as suas frustrações, e para nós, já chega. Estamos fartos”, diz.

O Sindicato de Jornalistas (SJ) também já condenou “veementemente” o ocorrido junto à Escola Básica dos Lóios, na freguesia de Marvila, onde os jornalistas Lavínia Leal e Ricardo Mota investigavam a alegada violação de um menor de nove anos por uma criança de 12. O repórter de imagem foi assistido no Hospital de São José.

“Esta situação é absolutamente inadmissível num Estado onde o direito à informação é constitucionalmente garantido. É absolutamente reprovável que dois cidadãos sejam agredidos no exercício da sua profissão, mais ainda quando a sua missão profissional é informar imparcialmente um determinado acontecimento”, disse o SJ, em comunicado enviado à agência Lusa.